Peritos criminais ameaçam deflagrar greve

Os peritos criminais ameaçam deflagrar uma greve por uma política de valorização da atividade pericial. A categoria alega que o efetivo é pouco, que falta estrutura e segurança no órgão e também reivindica reajuste salarial.
Os peritos buscam o apoio do secretário de Defesa Social, Eduardo Tavares e irão protocolar um ofício pedindo uma audiência para que seja realizado um debate sobre esses pontos.
Segundo o presidente da Associação dos Peritos e criminalística de Alagoas, Paulo Rogério Ferreira, em agosto de 2013 o governo do Estado assinou um documento que prevê a realização de concurso público para peritos criminais, no entanto, Paulo colocou que foram ofertadas apenas 35 vagas, quando existe a necessidade da abertura de 95 vagas para que a carência do Estado seja suprida.
Paulo contou que essas 35 vagas irão cumprir apenas o número de peritos que foram aposentados, que já morreram ou que tiveram que se afastar. “Sem aumento de vagas Arapiraca fica sem um Instituto de Criminalística (IC)”, frisou.
Ele explicou que a consequência de Arapiraca não possuir IC é a demora para atender, pois de Maceió para Arapiraca levam duas horas. “Se existisse um núcleo, o atendimento seria feito no máximo em 30 minutos”, salientou.
Outra questão destacada pelo peritos é o salário, pois Paulo afirmou que o Estado faz o pagamento de uma bolsa qualificação para os peritos e foi acordado com o governador Teotônio Vilela Filho que essa bolsa seria incorporada ao subsídio, entretanto, os peritos alegam que este acordo não foi cumprido.
Ainda segundo Paulo, em uma reunião realizada em 2013, Vilela disse que iria deixar o salário da categoria na média do Nordeste, que é de R$ 8.500, mas o salário em Alagoas é de R$ 6.300.
Outro ponto questionado pela categoria, é que os peritos dividem espaço com mais dois órgãos no prédio onde está localizado do Instituto de Criminalística. “Nós precisamos de espaço. O prédio precisa de reforma para que sejam feitos laboratórios e de mais segurança”, afirmou Paulo.
O presidente acrescentou ainda que semana passada foi formada uma comissão que decidiu paralisar por 24 horas. A paralisação poderá ocorrer nos próximos dias, caso não haja acordo com o governo. “Não havendo êxito nas negociações, a categoria paralisa e poderá haver outra greve”, reforçou Paulo Rogério.
Se for deflagrada greve, Paulo explicou que a categoria iria manter apenas os 30 %. “O cadáver iria ficar mais tempo exposto ou o IML recolheria, mas não iria liberar o corpo e o atestado de óbito. É uma coisa que eu não desejo que aconteça, pois quem sofre é a sociedade”, pontuou.
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