Ufal reabre edital de pomada contra HPV
A Universidade Federal de Alagoas torna público o edital para empresas que estejam interessadas em licenciamento para exploração exclusiva da pomada que coloca fim a um dos problemas mais graves provocados pelo Papiloma Vírus Humano (HPV): as verrugas genitais. Dia 12 de março, até as 14h, é o último prazo para encaminhar as propostas de preços e os documentos necessários para a contratação ao Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), situado no prédio da Reitoria da Ufal, no Campus A.C. Simões, em Maceió.
Conforme edital, o licenciamento permite o direito de uso e de exploração exclusiva da criação protegida pelo NIT. A concessão de licença para a fabricação e a comercialização do produto obedece aos termos da patente PI-1004542-2, emitida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Além disso, a contratação da empresa a ser selecionada envolve a produção e a comercialização do produto para o Brasil e o exterior.
As propostas deverão ser apresentadas em envelope fechado e indevassável e não poderão conter rasuras, emendas ou entrelinhas que obscureçam seu perfeito entendimento. Não serão aceitas propostas enviadas por fax, telegrama ou via internet. Além disso, as empresas deverão enviar declaração de que se sujeitam integralmente às condições fixadas na minuta do contrato que integra o edital. De acordo com a coordenadora do NIT, Sílvia Uchôa, a empresa que for selecionada deverá iniciar a fabricação da pomada no prazo de seis meses.
Confira o edital em anexo para mais informações.
A pomada
Desenvolvida pelos professores Luiz Carlos Caetano, Pedro Accioly e Zenaldo Porfírio, em parceria com o médico Manoel Álvaro. Após 12 anos de estudos, o resultado foi a criação da patente de uma pomada, que tem como princípio ativo os taninos e utiliza o extrato vegetal do barbatimão, erva comum na flora do litoral brasileiro. “A pomada feita com o extrato das cascas do caule da espécie Abarema cochliocarpos, o barbatimão mais comum na nossa região, deu o resultado mais eficaz no tratamento dos pacientes”, explicou Luís Carlos Caetano.
O produto foi testado durante cinco anos com 46 pacientes diagnosticados com alguns dos mais de 200 tipos do papiloma vírus e todos eles passaram por um tratamento de dois meses utilizando a pomada duas vezes ao dia. Os efeitos positivos do tratamento foram percebidos logo nas primeiras aplicações com a diminuição das lesões. Os resultados que demoraram mais a aparecer foram observados nos pacientes que tinham alguma limitação na imunidade.
“Indicamos a pomada em crianças, jovens, idosos, gestantes e até para as pessoas com imunodeficiência, como é o caso dos portadores de HIV. Todos constataram a cura do papiloma vírus e, o melhor, sem recorrência da doença. Quando o produto chegar ao mercado será um divisor de águas, porque vamos oferecer um tratamento sem efeito colateral e que já nos abre os caminhos para as pesquisas em pacientes de risco, no combate ao câncer de colo do útero. Esse é o próximo passo”, comentou Manoel Álvaro.