Foi pago R$ 50 mil a Fernando Collor, diz contadora de doleiro preso

Uma entrevista concedida à revista “Veja”, desta semana, pela contadora Meire Bonfim Poza, trás uma grave denúncia onde dois grandes políticos alagoanos foram citados no caso da Operação Lava jato, da Polícia Federal, em março deste ano. A ex-funcionária do doleiro Alberto Yousef, denunciou os nomes dos Senadores Fernando Collor (PTB) e Renan Calheiros (PMDB), onde ela aponta que a Collor foi dada a quantia de R$ 50 mil.
Nas últimas semanas, Meire prestou esclarecimentos à Polícia Federal visando ajudar nas investigações e facilitando aos investigadores a entender a finalidade dos documentos apreendidos com o doleiro e seus comparsas.
Segundo a revista, as informações fornecidas por Meire comprovam o que a Polícia Federal já desconfiava: Youssef era um financista clandestino, usava sua estrutura para recolher e distribuir dinheiro e apagar os rastros. Entre seus clientes, estão algumas das maiores empreiteiras do Brasil, parlamentares e três partidos políticos.
A contadora confirmou para a revista que o doleiro fez vários depósitos na conta de Fernando Collor (PTB-AL) – oito recibos feitos na conta do senador foram encontrados no escritório do doleiro, totalizando R$ 50 mil. "O Beto (Alberto Youssef) fez os depósitos para o ex-presidente Collor a pedido de Pedro Paulo Leoni Ramos (ex-auxiliar do senador, também envolvido com o doleiro). Ele guardava isso como um troféu".
O presidente do Senado, Renan Calheiros, tem o nome citado na página de número 60 da revista. “Segundo ela [Meire Poza], o doleiro teria tratado do assunto até com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)”, diz a “Veja”. O assunto ao qual a publicação se refere é acerca de uma suposta transação que envolveria R$ 50 milhões de dois fundos de pensão de estatais, o Postalis (Correios) e Funcef (Caixa Econômica Federal), e o doleiro viajara a Brasília para pedir o aval do PMDB ao projeto.
Meire tem uma relação de números de contas bancárias de parentes e assessores de políticos que receberam dinheiro do doleiro, informa a reportagem, o que indica que a identificação dos políticos corruptos está apenas no início.
Segundo Meire, um dos negócios mais ousados de Yossef tinha como alvo prefeituras comandadas pelo PT. O doleiro oferecia 10% de propina a cada prefeito que aceitasse investir num fundo criado por ele. " A comissão era levada em malas de dinheiro no avião dele", informou a contadora à "Veja".
A contadora contou à "Veja" que só percebeu a natureza ilegal dos negócios de Youssef quando recebeu ordens do doleiro para fazer um contrato pelo qual a empreiteira Mendes Júnior pagaria R$ 2,6 milhões à GDF Investimentos (de propriedade de Youssef), a título de consultoria sobre a viabilidade de plataformas de petróleo. "Era só simulação para receber dinheiro. A GDF só tinha que fornecer os contratos", disse Meire à revista.
Todos os envolvidos negaram à "Veja" manter qualquer relação com o doleiro.
Em nota o partido do senador Fernando Collor, negou os depósitos e tratou o assunto como armação política.
Confira na integra a nota:
PTB RECHAÇA FACTOIDES À PORTA DA ELEIÇÃO
E DENUNCIA REVANCHISMO DE REVISTA CONDENADA
Aproxima-se mais uma eleição e surge outra campanha nacional para tentar atingir o senador Fernando Collor, num esforço sórdido e articulado por forças que pelejam em prejudicá-lo.
E qual é agora o factoide da semana dessa gente? Utilizar, de novo, a revista Veja - que foi condenada e pagou a maior indenização da história a uma pessoa física por ter mentido, caluniado e ofendido Fernando Collor - para sordidamente tentar associá-lo às práticas reprováveis mencionadas na reportagem e que, se verdadeiras, claramente envolvem outros personagens que não o senador.
Ao contrário do que a revista insiste em destacar, em claro revanchismo pela contundente condenação sofrida na Justiça, o senador Collor jamais manteve qualquer relação política, empresarial ou pessoal com o doleiro mencionado na matéria, muito menos com sua contadora.
Registre-se que, em razão desses fatos que se tenta atribuir a Fernando Collor, o senador já protestou na tribuna do Senado e exigiu formalmente esclarecimentos das autoridades. Diante do vazamento de recibos de depósitos e depois dos protestos e da cobrança da verdade, o que há de fato real, o que há de novidade? – Absolutamente nada.
Não se encontrou qualquer elemento que vincule o senador Collor aos fatos investigados e às ações penais já propostas com relação à chamada Operação Lava Jato, como já afirmaram o próprio juiz federal Sérgio Moro e o ministro do STF, Teori Zavascki.
No caso do senador, o que se tem são depósitos de quantia pouco expressiva, especialmente quando se tem em vista os cerca de R$ 10 bilhões que teriam sido movimentados pelo esquema do doleiro, segundo noticiado pela revista. Acrescente-se que esses depósitos foram feitos de modo a ocultar a origem dos depositantes, e seus recibos – conforme menciona a reportagem – seriam guardados pelo doleiro “como um troféu”, o que já leva o nosso Partido a suspeitar da orquestração de sórdida armação para atacar politicamente o nosso senador.
A sociedade sabe da trajetória da família de Collor, que herdou um dos complexos empresariais mais bem sucedidos em seu segmento no Brasil. Jamais Collor recorreria a esse doleiro para transação nos valores apontados. O PTB rechaça, repele essa nuvem de suspeição contra o senador.
Está na memória de todos: por conta de um turbilhão de denúncias falsas, o povo foi levado a condenar Collor, perseguido e cassado pelos políticos. E o que aconteceu depois? A mais alta Corte de Justiça, o STF, o inocentou por unanimidade de votos, em dois julgamentos.
Tiraram o mandato de Collor, mas ele foi absolvido e venceu. O nosso Partido tem orgulho de tê-lo em seus quadros, como ficha limpa e reconhecido pelo respeitado Diap como um dos parlamentares mais influentes e importantes do Congresso Nacional.
Diretório Municipal do PTB em Maceió
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