Brasil

Rio aperfeiçoa sistema de captação de órgãos e tecidos para transplante

Por Agência Brasil 24/09/2014 20h08

O Rio de Janeiro ganhou hoje (24) - Dia Mundial do Doador de Órgãos - a segunda Organização de Procura de Órgãos (OPO) do estado para descentralizar e aperfeiçoar o processo de captação de órgãos e tecidos, que funciona no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, zona norte, onde fica o Centro Estadual de Transplantes. Em 2012, um dos oito prédios da instituição foi cedido para atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS). Desde então, a unidade é a que mais faz transplantes, com maior volume de cirurgias de doadores falecidos.

Para a coordenadora do setor renal do hospital, Deise De Boni Monteiro de Carvalho, a OPO detecta os pacientes com morte cerebral nos hospitais e ajuda no acolhimento da família do doador. Essa sistemática agiliza os contatos e tem sido fundamental para o aumento do número de doadores no estado. Segundo ela, o Rio foi o estado em que o número de transplantes mais cresceu no último ano. “Aqui, no hospital, tivemos 400 transplantes em 18 meses, sendo 286 de rim e o restante de fígado”, disse ela.

A primeira OPO do estado funciona desde o início do ano, no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, e Deise anunciou que unidades semelhantes começarão a funcionar no mês que vem, nas cidades fluminenses de Itaperuna e Petrópolis.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, o Rio registrou, neste ano, 200 captações e mais de mil transplantes de órgãos e tecidos. Em três anos houve aumento de 50% na quantidade dos transplantes de órgãos e 300% na de tecidos. A fila por transplante de fígado foi a que mais diminuiu no período, com queda de 73%. Em seguida, as filas que mais caíram foram por rim (70%) e córnea (65%).

A secretaria informou que a fila de pessoas que esperam por transplante de órgãos diminuiu 69% em seis anos, ao cair de 7.580 para 2.369. Apesar do aumento de transplantes, o ato de doar precisa ser incentivado constantemente, lembrou Deise, pois metade das famílias dos pacientes com morte encefálica no estado ainda não autoriza a doação de órgãos. “Falta esse trabalho de formiguinha, de todo o dia conscientizar a população. Se conseguirmos diminuir a recusa familiar, aumentaremos em muito a doação e [poderemos] oferecer mais órgãos para os necessitados”, concluiu.