Monique Evans diz que deixou de frequentar igreja após assumir ser lésbica
Monique Evans, 59 anos, namora a DJ Cacá Werneck, 31, há nove meses. Desde que iniciaram o romance, as duas não se desgrudaram mais. Com apenas um mês de relacionamento, a jovem se mudou para a casa da apresentadora e Cacá disse que elas nunca sofreram preconceito ou resistência de amigos ou familiares.
"O único preconceito que a gente enfrenta é o da igreja e que até acho que existe muita hipocrisia porque tem muita gente dentro da igreja que é homossexual. Como a Monique é cristã e ela é da igreja, ela sofreu e ainda sofre preconceito com essa parte. Eles acham que quem é homossexual é do diabo, não vai pro céu. Acho que julgar é pecado, isso sim é pecado diante de Deus. Amor verdadeiro não é pecado, mas cada um tem uma cultura, uma doutrina, pensa de um jeito e se a igreja pensa assim é um problema deles", contou Cacá ao UOL nesta segunda-feira (6).
Monique Evans explicou que as ofensas geralmente acontecem por pessoas que dizem ser evangélicas pela internet e nunca pessoalmente, já que parou de frequentar a igreja depois que começou seu namoro com Cacá por receio dos julgamentos. A apresentadora costumava ir em cultos nas igrejas batistas, que estão incluídas no Protestantismo
"Sofremos preconceito de alguns evangélicos nas redes sociais. Nem fui mais à igreja depois que assumi meu namoro. Não é a questão do pastor, é a das pessoas que frequentam, não quero ninguém me olhando e me julgando. A igreja foi feita para os pecadores. Continuo orando, acreditando nas mesmas coisas, lendo a Bíblia. Sou cristã protestante", disse Monique.
A DJ, que nunca se envolveu com homens, e diz que é lésbica desde que nasceu, assumiu cedo para a família sua opção sexual. Apesar de ter namorado outras mulheres, foi Monique Evans quem mexeu com seu coração e fez Cacá deixar a casa da mãe, em Ipanema, zona sul do Rio, para dividir o teto com a loira, que até então nunca tinha vivido uma relação gay.
"Acho que um relacionamento não precisa ir para um papel para se tornar ainda mais forte, isso é uma consequência, se acontecer vai ser um prazer, porque a gente se ama muito. Mas não é uma coisa necessária pra gente se amar ainda mais. A gente já se considera casada. Vivemos todos os dias da nossa vida juntas, isso é o que valoriza e é um casamento mesmo", opina.
A prova de que as duas estão juntas "na saúde e na doença" é a assistência que Cacá deu para Monique quando ela saiu de uma clínica psiquiátrica em 2014, para tratar transtornos como depressão e bipolaridade.
"A Monique melhorou 80% neste lance de depressão, esses 20% que sobram a gente se ajuda porque eu também tenho probleminhas de depressão. Tenho uma TPM fortíssima, fico deprimida e estou sempre do lado dela, ela sempre do meu. Nunca fui tão feliz como uma pessoa como sou com ela.", conta.
A diferença de idade não atrapalha o relacionamento das duas. Pelo contrário, a DJ conta que amadureceu com o namoro e que elas vivem um amor seguro, sem desconfianças.
"Ajudou muito para que eu conseguisse tomar várias decisões as quais nunca havia tomado na minha vida. Quando você namora uma pessoa muito mais jovem é um relacionamento inseguro, imaturo. Eu trabalho como DJ, tenho que estar na noite e com a gente não rola essa insegurança, existe uma cumplicidade muito grande é um amor muito forte. Quando a gente ama de verdade não tem insegurança, a gente vive um relacionamento de paz"
Símbolo sexual dos anos 80, Monique Evans foi referência de beleza para muitas mulheres da época e lançava moda. Prova disso, é que a mãe de Cacá Werneck, Dilcéia Rocha, madrinha de bateria da Unidos da Tijuca por muitos anos, a via como uma referência.
"Como eu parava para assistir minha mãe na televisão, eu também assistia muito a Monique. Na época que ela raspou a cabeça, minha mãe também raspou. Desde pequena eu já admirava. Ela pra mim sempre foi um ícone da beleza. Sempre achei ela a mulher mais bonita do Brasil, foi uma beleza que chamou minha atenção, mas nunca imaginei que fosse conhecê-la", finaliza Cacá.