Alagoas

Presidente da Adeal admite crescimento do abate clandestino

Por Redação com AMA 13/07/2015 16h04
Presidente da Adeal admite crescimento do abate clandestino

Depois de diversos matadouros municipais fechados pelo Ministério Público em Alagoas, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) reuniu, nesta segunda-feira, dia 13, prefeitos, representantes do governo do estado, órgãos ambientais, entre outras autoridades para discutir soluções concretas que evitem a estagnação econômica e atendam às necessidades da população.

Ao mesmo tempo que os prefeitos estão preocupados e querem cumprir a lei, o presidente da Adeal, Marcelo Lima, admitiu que nenhum matadouro alagoano está preparado para atender a legislação, que é altamente exigente, e o abate clandestino tem aumentado após o fechamento dos matadouros. “A mesma legislação que serve para exportação é a que está atuando nos municípios”, garantiu. Para ele, a solução é reabrir temporariamente esses matadouros para passar por um período de transição até adequação das normas federais e estaduais. Foi exatamente o que fez o Estado da Bahia e essa experiência exitosa será apresentada em Alagoas, dia 10 de agosto, em uma reunião envolvendo todos os órgãos.

O prefeito Aloisio Rodrigues de Batalha, que teve o matadouro fechado mês passado, lembrou que cumpriu o Termo de Adequação de Conduta exigido pelos órgãos de fiscalização, mas não foi suficiente para manter o matadouro aberto. “Atendia três municípios, agora todos nós precisamos levar o gado para o matadouro de Arapiraca, que em breve não atenderá a demanda”, afirmou.

“Hoje tenho um gasto mensal de mais de 20 mil reais, porque todos os matadouros próximos da minha cidade foram fechados. Estamos levando o gado para o de Delmiro Gouveia, que também está com os dias contados. Inhapi fica a 170 km de Arapiraca, o transporte até lá vai aumentar muito o nosso custo. Não temos condições, precisamos de um apoio do Governo do Estado para suportar a logística”, desabafou o prefeito José Cícero de Inhapi. Outros prefeitos também relataram problemas semelhantes como Álvaro Melo, de Lagoa da Canoa, Jacob Brandão, de Mata Grande, Manoel dos Passos, de Viçosa, Marcos Nascimento, de Matriz do Camaragibe e Juliana Almeida, de Mar Vermelho.

O secretário Estadual de Agricultura, Álvaro Vasconcelos, entregou um relatório ao secretário de Delmiro que aponta quais são as medidas que precisam ser tomadas para que o matadouro da região se adeque às normas. “O Governador Renan Filho está preocupado com a situação e a secretaria está à disposição das prefeituras para orientar no que for preciso. Estarei com a ministra da Agricultura Kátia Abreu essa semana e vou solicitar a ela um modelo de planta, que vai se adequar a muitos matadouros que existem em Alagoas”, declarou o secretário.

Prefeitos defendem que a lei seja cumprida mas de uma forma menos agressiva. “Entendemos a importância da lei, mas precisamos de uma solução paliativa enquanto existe os municípios e o estado encontram uma solução definitiva”, afirmou Marcelo Beltrão presidente da AMA.

Esse fechamento tem chamado a atenção de todos os setores produtivos. O presidente da Federação da Agricultura, Álvaro Almeida, defende uma flexibilização para reabertura porque “ não se pode fechar os olhos para o abate clandestino que vem acontecendo. Ninguém quer ferir a legislação, mas é necessário tempo e condições financeiras “, acrescentou.

A reabertura dos matadouros requer uma discussão regionalizada da situação e o Instituto do Meio Ambiente junto a Adeal e Secretaria vão trabalhar em conjunto com prefeitos e secretários municipais, através do Fórum de Secretários Municipais de Agricultura, para detalhar as correções devidas. Gustavo Lopes diz que os impeditivos estão ligados aos matadouros mais antigos, mas reconhece que as prefeituras estão buscando soluções rápidas para se adequar. “O prazo de reabertura não pode ser definido ainda, mas o IMA sabe do problema, o que os prefeitos e a população estão passando e que o interesse do governo é resolver os problemas, enquanto matadouros regionais sejam construídos para resolver o problema definitivamente.