Participação do pai no momento do parto traz benefícios para a mãe e o bebê
Na sala de trabalho de parto do Hospital Nossa Senhora da Guia, no bairro do Poço, em Maceió, são as mãos de Yacaro Lima que a futura mamãe Naiane de Barros encontra para aliviar as dores do pré-parto. A escolha do marido como acompanhante nesse momento importante, que é a chegada do primeiro filho, não foi só dela. “Estive presente na maioria das consultas e decidi estar também ao lado dela na chegada do nosso Jorge Miguel”, relevou o futuro papai.
A participação no momento do parto – sendo o pai biológico ou não –, pode trazer benefícios para a mulher, a criança e o próprio pai. Essa iniciativa do Ministério da Saúde (MS) tem nome: projeto Pai Presente. A ação visa a participação do pai em todas as etapas da vida de seu filho.
“Esse é um momento único e escolhi estar ao lado dela para proporcionar um maior conforto”, contou Yacaro Lima.
Ter alguém ao lado na hora da chegada do bebê é um direito da gestante. Mais conhecida como a Lei do Acompanhante, a Lei Federal nº 11.108, de 07 de abril de 2005, determina que os serviços de saúde, público ou privado, são obrigados a permitir à gestante o direito a acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto.
A gestora administrativa do Hospital Nossa Senhora da Guia, Ana Cláudia Lima, informou que o direito ao acompanhante já é uma rotina no hospital. “Esse acompanhante é de livre escolha da gestante, podendo ser o pai do bebê, o parceiro atual, a mãe, um amigo, ou outra pessoa de sua escolha”, lembrou ela, conforme a legislação.
Caso a gestante escolha o pai como acompanhante, este tem livre acesso ao récem-nascido, das 7h às 20h, no Hospital Nossa Senhora da Guia. “A permanência é garantida durante toda a internação”, acrescentou Ana Cláudia Lima. Ela informou ainda que a maternidade tem cartório, logo o bebê já sai registrado pelo pai - o que é mais um estímulo para a presença dele na chegada da criança.
Saúde do homem
A paternidade pode representar um momento de grandes transformações para a vida dos homens. Ao participar ativamente de todas as etapas da vida de seu filho ou filha, os homens contribuem com uma melhor qualidade de vida para toda a família e para a construção de vínculos afetivos saudáveis.
No entanto, é importante que ele esteja em dia com a sua saúde, e que aproveite a rotina de cuidados da mulher, durante a gestação, para também fazer seus próprios exames. De acordo com a Sociedade Alagoana de Ginecologia e Obstetrícia, aproveitar o acompanhamento do pré-natal até o momento do parto para fazer a consulta do homem reduz a hipertensão, diabetes, sífilis congênita e violência doméstica.
Mas essa é uma iniciativa que o Yacaro Lima e muitos outros futuros papais não tiveram. E é fundamental para estar bem e assim proporcionar melhor conforto à gestante. Isso porque, como revelou o papai Daniel Nascimento: “Ela precisou de mim”. ‘Ela’ é a mamãe de primeira viagem Darliane da Silva, que contou que se sentiu mais confiante ao lado do marido.
“Fiquei muito nervoso e suei frio”, contou Daniel, que acompanhou o parto da esposa. E ele ficou do mesmo jeito quando chegou a hora das primeiras vacinas, aplicadas pelos técnicos da Secretaria Municipal de Saúde, na própria enfermaria do hospital. “Depois é só alegria”, disse ele, feliz com a chegada do novo membro da família.
Projeto
Esse envolvimento começa no teste de gravidez e deve se estender ao pré-natal, parto e pós-parto. Exercer o direito à licença paternidade, estimular o aleitamento materno, e apoiar a parceira, compartilhando os prazeres e os afazeres relacionados à chegada de um bebê, são atitudes que podem gerar vínculos afetivos saudáveis e maior qualidade de vida para todos. Essa é a proposta do Projeto Pai Presente, iniciativa do MS, desenvolvida pelas áreas técnicas da Saúde do Homem e da Rede Cegonha.
A pediatra Syrlene Medeiros, coordenadora estadual da Rede Cegonha, enfatizou a importância do acompanhante, em tempo integral e da escolha da paciente, em todos os momentos. “É importante a presença do acompanhante desde o pré-natal, realizado na Atenção Básica, como também quando se aproxima do momento de chegada do bebê, no pré-parto”, destaca. Ela acrescentou que, na hora do parto e no período do pós-parto, a presença masculina é permitida, basta que seja uma escolha da gestante.
Últimas notícias
Governo libera R$ 23,5 milhões em créditos suplementares para infraestrutura, segurança e ações sociais
Leonardo Dias cobra enfrentamento às facções após aprovação do PL Antifacção
Após instabilidade no sistema, Detran-AL remarca atendimentos desta quarta-feira (19)
Deputada Cibele Moura apresenta PL que cria política de letramento digital e robótica
Prefeitura de Maceió inicia retirada de fios sem uso dos postes no Pontal da Barra
Igaci garantirá nova Creche Cria no distrito de Lagoa do Félix após articulação de Petrúcio Barbosa
Vídeos e noticias mais lidas
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
Família de Nádia Tamyres contesta versão da médica e diz que crime foi premeditado
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
