Polícia

Família de artista plástico morto durante confronto não acredita na versão policial

Por 7 Segundos 13/08/2015 15h03
Família de artista plástico morto durante confronto não acredita na versão policial
- Foto: Reprodução

Os familiares do artista plástico Luciano Amorim da Silva, de 39 anos, que morreu durante uma troca de tiros com a polícia na manhã desta quinta-feira (13) na cidade de Junqueiro, não acreditam na versão oficial da instituição de segurança pública, que aponta o parente como membro de uma quadrilha que planejava sequestrar uma empresária de Arapiraca e na suposta troca de tiros com os policiais.

O irmão de Luciano, jornalista Marcelo Amorim, informou a equipe de redação do Portal 7 Segundos que seu irmão não tem nenhum envolvimento com crime. "Para o meu irmão todo mundo é igual. Ele era um bonvivant que vivia na diversão e tinha alma de artista, mas não tinha nenhum envolvimento com coisas ilícitas", disse.

O jornalista contesta ainda a forma truculenta como os agentes teriam adentrado a propriedade. "Pelo que eu consegui apurar, mais de dez homens chegaram na fazenda já querendo derrubar a porta do caseiro. Ele estava dormindo com sua esposa e três filhos, que entraram em pânico. Alegaram ter recebido uma denúncia e reviraram a casa inteira. Em seguida teriam ido até a casa principal onde meu irmão dormia com os amigos", disse.

Além de Luciano Amorim, dois homens também foram executados durante a ação policial, mas até o momento os outros envolvidos não foram identificados.

Luciano também era irmão do Médico Urologista Dr. Lenildo Amorim, que preside a Unimed Metropolitana do Agreste, com sede em Arapiraca.

Segundo texto publicado no site oficial da Polícia civil sobre o caso, o diretor de polícia judiciária área 2 (DPJ 2), Mário Jorge Barros informou que o grupo possuía uma lista com nomes de empresários, que seriam sequestrados.

De acordo com a nota, o grupo também era investigado por assaltos a banco, roubo de veículos e tráfico de drogas, e estariam escondidos na fazenda onde foram assassinados, na zona rural de Junqueiro.

Além da DPJ 2, também participaram da operação, a Delegacia Geral da Polícia Civil, Seção Especial de roubo a Bancos (Serb), Tigre e a Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic).

Contraditório

A equipe de reportagem do Portal 7 Segundos tentou entrar em contato com a Delegacia de Junqueiro, mas os agentes informaram que estavam de posse apenas do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e não tinham informações sobre a operação. A Delegacia Regional de São Miguel, da qual Junqueiro é subordinada, informou que não participou ação policial.

A contradição não para por aí, pois o caseiro da propriedade foi ouvido em um dos departamentos da Delegacia Regional de Arapiraca.

A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que a ação teria sido coordenada pelos Delegados Mário Jorge Barros, Filipe Caldas e Gustavo Xavier. Este último, que é responsável pela regional de Arapiraca, negou ter participação na operação.