Saúde

Em dois anos, Mais Médicos apresenta melhoria dos indicadores da saúde em AL

Por Redação com Agência Alagoas 16/08/2015 14h02
Em dois anos, Mais Médicos apresenta melhoria dos indicadores da saúde em AL
Marrero é exemplo de um trabalho bem feito ao servir o cidadão - Foto: Carla Cleto

“O programa Mais Médicos não foi criado só para aumentar o número de médicos, mas para garantir a qualidade e a humanização do atendimento”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante cerimônia comemorativa dos dois anos da implantação do programa no Brasil. Em Alagoas, há melhorias nos indicadores desde que se iniciou um atendimento mais próximo, uma das marcas implantadas pelos médicos cubanos.

Uma das experiências bem sucedidas do Mais Médicos em Alagoas está em São Miguel dos Campos, que possui cinco profissionais do programa - quatro cubanos e um brasileiro formado em Cuba. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Agnaldo Cavalcante Machado, por exemplo, o caldeireiro Adriano Sandes confessa: “ninguém tratou do meu pai assim, como todo esse cuidado que o médico teve na primeira consulta”.

“Eu agradeço muito, doutor”, disse o aposentado José Petrúcio Sandes, natural de Delmiro Gouveia, mas que passou a morar com o filho Adriano, em São Miguel dos Campos. Na cidade, o aposentado recebeu os cuidados do médico cubano Alfredo Marrero, que costuma atender o paciente, pedindo para colocar a cadeira ao lado. “Gosto de ficar mais próximo, sentir o cheiro e avaliar melhor o paciente”, revelou o médico.

Conhecer a população e mudar os hábitos para garantir uma assistência integral para um melhor tratamento. Isso é o que defende o médico cubano, desde julho de 2014, quando chegou à cidade de São Miguel dos Campos. "Criei laços na comunidade. Aqui fiz amigos e tenho pacientes que precisam de mim", contou Marrero. E os pacientes falam muito bem dele: “toda a minha família - mulher e filhos - são atendidos pelo Alfredo, e agora também o meu pai”, acrescentou o caldeireiro.

Para o secretário municipal de saúde de São Miguel dos Campos, Sival Clemente, os impactos do Mais Médicos na cidade são positivos. “Além da melhoria dos indicadores, houve um avanço na qualidade da Atenção Básica como um todo. Agora a expectativa é a manutenção do programa, até que se tenham médicos suficientes para atender a demanda da população”, esclareceu ele.

Impactos - “Antes eu não tinha aonde ir”, contou a dona de casa, Maria Helena Conceição, que procurou a UBS Adailton Barbosa de Carvalho para vacinar a filha Emely Gabriele da Conceição, de apenas 1 e 7 meses. “Por isso posso dizer que melhorou”, acrescentou ela.

A melhoria está presente também na Atenção Básica com um todo. Isso porque os números mostram que os resultados alcançados têm ultrapassado ou mesmo chegado bem próximo da meta preconizada pelo Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ).

Um exemplo de alcance desses números está no acompanhamento de hipertensos. Na Equipe de Saúde da Família Esther Soares, o número esperado de consultas era de 554, mas a meta foi ultrapassada com as 705 consultas realizadas pela médica Alied Maria Ferrer que, depois de pouco mais de um ano no município, quer fazer mais. “A comunidade está gostando do atendimento e estamos caminhando para melhorar ainda mais a saúde dessas famílias", salientou.

O aumento do número de consultas e redução da necessidade de internações é mais uma mudança desde que o programa Mais Médicos foi implementado. Foram 2.658 consultas realizadas, ultrapassando a meta com o registro de 132,9%. As consultas de puericultura - que trata do bem-estar e saúde das crianças no seu nascimento e nos primeiros dias de vida - somaram 171, um alcance de 156%.

Saúde da Família - “A Saúde melhorou, principalmente porque, quando chegamos à unidade, sempre tem médico”, contou o pedreiro Janio Rosa dos Santos. Ele, que é hipertenso, logo tem que tomar alguns cuidados com a saúde que o médico Ângelo Mezonet orienta. “Ele é o médico da família, todo problema resolvemos aqui”, informou a dona de casa Ginalva Carvalho, que acompanhou o marido e a filha Jaiane Vitória, na consulta.

Um dos ganhos de se ter médicos do Programa no município é o cuidado diferenciado no território. Isso é o que defende a coordenadora estadual do Mais Médicos, Ivana Pita. "A nossa meta é que o Mais Médicos se converta em um elemento de estruturação da Atenção Primária e, como resultado, temos visto a estrutura do serviço no município e a ampliação da cobertura do Programa Saúde da Família", esclareceu.

Em Alagoas, são 193 profissionais do Mais Médicos atuando em 73 municípios. Também somam a esse número, os 33 profissionais do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) que atuam em 15 municípios.

Uma novidade do Mais Médicos, especificamente para Alagoas, é que o Estado vai ser referência no País como projeto-piloto de reestruturação da Estratégia Saúde da Família.

De acordo com Ivana Pita, nesta segunda-feira (17), os representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Glauco Oliveira e Renato Tasca, reúnem-se na Secretaria de Estado da Saúde para trocar experiências e dar início ao planejamento da prevenção e promoção na Atenção Básica.