Fazenda no Sertão alagoano produz 500 toneladas de palma por hectare
Na última quinta-feira (24), os cerca de 350 participantes do I Seminário Alagoano de Cultura da Palma Forrageira conheceram a Fazenda Padre Cícero, localizada no município de Cacimbinhas, Sertão de Alagoas. A pequena propriedade pertence ao empresário Nemoênio Barbosa e tem seu foco na criação de gado leiteiro. No entanto, o que chama a atenção é o volume de palma produzida no local: 500 toneladas por hectare.
A fazenda tem 7 hectares de área, sendo 1,6 hectare plantado com palma. No local, o proprietário cria 15 vacas leiteiras com uma produção de 350 litros por dia. Segundo Barbosa, na safra passada foi possível armazenar uma quantidade suficiente de silagem de milho para alimentar o rebanho, o que permitiu que o plantio adensado de palma feito no ano passado fosse preservado. Este ano, porém, a escassez de chuva não permitiu o estoque de silagem e foi necessário recorrer à palma plantada há dois anos. Na colheita, foi verificado o volume impressionante de 500 toneladas por hectare. No Brasil, a média de palma produzida por hectare é de 60 a 70 toneladas.
De acordo com o técnico Sidnei Bezerra, do Programa Balde Cheio, executado pelo Governo do Estado em parceria com o Sebrae, o volume de palma produzido ali foi planejado. “Fizemos todos os tratos culturais na plantação. Buscamos as melhores condições e o resultado foi muito positivo. Essa palma vai servir de alicerce para a sobrevivência do rebanho da Fazenda Padre Cícero durante o período de estiagem”, disse.
Na avaliação do empresário Nemoênio Barbosa, o foco na gestão foi o principal diferencial para o aumento da produtividade na Fazenda Padre Cícero. “A parte mais difícil foi jogar fora todos os conceitos que eu tinha sobre a produção de palma e sobre o gado leiteiro e passar a acreditar nos técnicos quando eles diziam que a gestão da propriedade era o processo mais complicado e mais importante para aumentar a produção. É preciso ver cada animal como uma unidade produtiva e descartar todos os que não produzem”, explicou.
O secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, ressaltou a importância dos esforços de cada produtor no aumento da produção rural alagoana. “É preciso trabalhar a propriedade rural como uma empresa rural. Com o Seminário da Cultura da Palma, buscamos transmitir os princípios da gestão produtiva visando à sanidade dos animais e melhoria na qualidade do leite produzido em Alagoas. Queremos proporcionar ao pequeno produtor melhores condições de vida e rentabilidade, dentro do que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) preconiza”, disse o secretário.
Inovação
Na Fazenda Timbaúba, também em Cacimbinhas, os participantes do I Seminário Alagoano de Cultura da Palma Forrageira conheceram um protótipo de implemento agrícola testado na propriedade, capaz de agilizar o plantio da palma.
De acordo com o representante da Sathia Maquinarias, fabricante do implemento, nos moldes tradicionais, o plantio de um hectare de palma ocupa até 60 homens durante o dia inteiro, além de ser fisicamente desgastante, podendo até mesmo causar danos físicos devido à posição do corpo durante o trabalho. Com a inovação, apenas quatro pessoas podem fazer o plantio de dois hectares em um período de oito horas.
O desempenho da plantadeira de palma foi elogiado pelo secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos. “Esse equipamento desenvolvido aqui em Cacimbinhas poderá, em breve, intensificar o plantio de palma em Alagoas, trazendo mais segurança para o trabalhador rural e a garantia de produtividade. São inovações como essa que dão ao homem do campo a perspectiva de desenvolvimento da agricultura”, disse.
O I Seminário Alagoano de Cultura da Palma Forrageira foi promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretária da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), dentro da programação da Expobatalha 2015. O encontro abordou os melhores processos de irrigação, sistemas de produção, planejamento forrageiro e dieta de vacas leiteiras à base de palma, em palestras ministradas pelo técnico Guilherme Costa Lima, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), pelo agrônomo e consultor Paulo Suassuna, idealizador da Tecnologia de Cultivo Intensivo da Palma, pelo sócio e diretor técnico da Fazenda Eficiente, Sidnei Bezerra, e pelo professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Airon Aparecido.
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