Alagoas

Maceió é a segunda capital mais violenta contra a mulher

Por 7 Segundos com Mapa da Violência 2015 09/11/2015 15h03
Maceió é a segunda capital mais violenta contra a mulher
- Foto: Internet - Mapa da Violência 2015

A violência contra a mulher assusta no mundo inteiro. No Brasil, os casos mais violentos se concentram nas regiões Nordeste e Sudeste, registrando mais de 10 homicídios por 100 mil mulheres.

No Nordeste, Maceió, a capital do estado de Alagoas, é a mais violenta contra a mulher na região. Em seguida, vem as cidades de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, e Fortaleza, capital do estado do Ceará.

No país, a capital alagoana só perde para Vitória, a capital do estado do Espírito Santo, no Sudeste. Estas capitais lideram a lista com taxas mais elevadas no ano de 2013, acima de 10 homicídios por 100 mil mulheres.

Mapa da violência

Esses dados fazem parte do Mapa da Vioência 2015 - Homicídios de mulheres no Brasil - com dados de 2013, divulgado nesta segunda-feira (9).

O autor dos estudos, Julio Jacob Waiselfisz, aponta que de 1980 a 2013 foram vítimas de homicídio 106.093 mulheres. Um aumento crescente, ao longo desses anos, da violência contra a mulher, chegando a 21% de crescimento.

No outro extremo, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais com as menores taxas.

Em dez anos, o Nordeste teve um crescimento de 79,3% de homicídios de mulheres. A Região Norte aparece em segundo lugar com uma taxa de 53,7%. As regiões Sul e Centro-Oeste evidenciam baixo crescimento e na Região Sudeste as taxas caem pela metade, no mesmo período.

Só em 2013, último ano com dados disponíveis, 4.762 mulheres foram mortas. Nesse mesmo ano, 2451 municípios do país contavam com um número menor de meninas e mulheres em sua população. Isso representa 44% dos municípios brasileiros.

Brasil: 5ª posição no mundo

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de 4,8 homicídios por 100 mil mulheres, em 2013, coloca o Brasil na 5ª posição internacional, entre 83 países do mundo.

"Só estamos melhor que El Salvador, Colômbia, Guatemala e a Federação Russa, que ostentam taxas superiores às nossas", aponta Julio Jacob.

Mas, em relação a países tidos como civilizados, o Brasil tem:

# 48 vezes mais homicídios de mulheres que o Reino Unido;
# 24 vezes mais homicídios de mulheres que Irlanda ou Dinamarca;
# 16 vezes mais homicídios de mulheres que Japão ou Escócia.

Nesses 83 países analisados, a taxa média foi de dois (2,0) homicídios por 100 mil mulheres. A taxa de homicídios femininos do Brasil, de 4,8 por 100 mil, resulta 2,4 vezes maior que a taxa média internacional.

"São claros indicadores de que nossos índices são excessivamente elevados, considerando o contexto internacional", compara o autor da pesquisa.

O Mapa da Violência revela também que há estados brasileiros com taxas bem acima da média nacional, como Roraima, que mais que a triplica (15,3 por 100 mil) ou Espírito Santo, que a duplica (9,3 por 100 mil).

Capitais com taxas inaceitáveis, como Vitória, Maceió, João Pessoa ou Fortaleza, com índices acima de 10 homicídios por 100 mil mulheres.

Municípios mais violentos

Quando descemos ao nível dos municípios, emergem áreas onde impera o infanticídio ( morte de recém-nascido) em níveis absurdos, como em Barcelos-AM. Com índices não menos absurdos, o homicídio feminino em Alexânia-GO, ou Sooretama-ES, atinge índices acima de 20 por 100 mil mulheres. São áreas cujos conflitos e contradições devem ser profundamente estudados, para poder determinar as causas de produção dessa violência contra as mulheres.

Dos 100 municípios com mais de 10 mil habitantes do sexo feminino, com as maiores taxas médias de homicídio de mulheres, por 100 mil, de 2009 a 2013, seis municípios alagoanos que lideram a estatística são:

- 1º Pilar  - em 8ª posição no ranking nacional, com percentual de 17,4% de mulheres mortas;
- 2º Santana do Ipanema - em 15ª posição no ranking nacional, com percentual de 16,3% de mulheres mortas;
- 3º Marechal Deodoro - em 37ª posição no ranking nacional, com percentual de 13,5% de mulheres mortas;
- 4º Cajueiro - em 38ª posição no ranking nacional, com percentual de 13,5% de mulheres mortas;
- 5º Craíbas - em 63ª posição no ranking nacional, com percentual de 12,1% de mulheres mortas e;
- 6º São José da Laje - em 64ª posição no ranking nacional, com percentual de 12,1% de mulheres mortas. 

Os dados completos da pesquisa podem ser visto pelo site: http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf