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Bienal tem bate-papo com Gabriel o Pensador

Por Redação com Assessoria 24/11/2015 16h04
Bienal tem bate-papo com Gabriel o Pensador
- Foto: Assessoria

O bate-papo com o rapper, compositor, escritor e empresário Gabriel o Pensador, na segunda-feira (23) à noite, quarto dia da 7ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, teve doses extras de interação e agradou ao público, sobretudo às crianças que dividiram o palco com o artista.
Performático, logo após pedir uma salva de palmas aos professores presentes, no início da interação com a plateia, ele telefonou para sua avó Eneida, para quem fez o poema “Ligação”, instigou o público a participar da conversa e até improvisou rima: ”Alô vovó, tô aqui em Maceió”.

Participar de uma Bienal, em Maceió, segundo revelou o Pensador, teve um gostinho especial a mais, uma vez que, depois de uma cirurgia no ombro, ontem, foi a primeira vez que ele reencontrou o mar. “Estava com saudade. Assim que cheguei, dei um mergulho no mar de Ponta Verde”, contou ao público e à vó Eneida, que, do outro lado da linha, sugeriu ao neto uma passada em Garça Torta, praia do litoral norte de Maceió, sob aplausos da plateia.

O Pensador também contou ao público que, desde muito cedo sentiu a necessidade de expressar suas ideias e que a paixão pela escrita, de uma forma geral, e pela rima, em particular, sempre teve o incentivo da sua família (ele é filho da jornalista Belisa Ribeiro). Gabriel lembrou das redações da escola e da máquina de escrever que ganhou, ainda criança de uma tia-avó, fato que o estimulou bastante e mais tarde foi eternizado na letra de “Linhas Tortas” e também relatado em Diário Noturno, sua autobiografia.

“Eu sempre quis afetar, de alguma forma, a vida das pessoas e a música hoje me ajuda nisso. Desde cedo, pretendia mudar o mundo. E a gente também pode fazer isso disseminando gentileza, respeito e amizade em casa, no trabalho e onde for mais “, afirmou, lembrando do dia em que levou uma faixa para o Maracanã, junto com meia dúzia de amigos, com o texto “Morte ao racismo”.

O preconceito, de uma forma geral, sempre incomodou o Pensador e esse inconformismo ele fez questão de frisar o tempo todo durante o bate-papo. Tanto que ele pediu que crianças da plateia subissem ao palco para encenar a historia de Rorbeto, personagem de seu primeiro livro infantil.
Esse foi um dos momentos em que o artista demonstrou sua espontaneidade no contato com o público infantil, para alegria de Victor, Cristaine, Daylon, Nicole e o pequenino Lucas Gabriel, os escolhidos para contar a historia junto com o ídolo.

A história “Um garoto chamado Rorbeto” rendeu ao autor o Prêmio Jabuti, em 2006, e trata justamente da dificuldade de um menino de lidar com a aceitação dos outros. “Rorbeto era um menino diferente. E não só no nome: ele tinha seis dedos em uma das mãos”, narrou Gabriel, enquanto os atores mirins iam sendo dirigidos por ele para dar vida à historinha, sob aplausos e risos do público.

Ao longo do bate-papo, cantou um pouco, recebeu cartinhas dos fãs, uma caricatura sua e poemas, que tratou de declamar ali mesmo, e também dividiu o palco com o rapper alagoano Vítor Pirralho, já conhecido do público alagoano por suas letras contundentes de crítica social. O reconhecimento do trabalho sério de Pirralho foi justamente o que o credenciou a ser especialmente convidado pela Bienal para interagir com o artista.

No final da noite, após se aproximar bastante do público e garantir aos fãs algumas fotos de recordação, o Pensador recebeu a imprensa, momento em que reafirmou sua alegria de ter participado da Bienal alagoana e expressou o desejo de retornar a Alagoas para surfar na praia do Francês.