Pacientes de hemodiálise estão sem remédios
Pacientes com problemas renais enfrentam uma difícil jornada semanal para realizar a hemodiálise. As máquinas que substituem a função dos rins filtrando o sangue são companheiras por longos períodos na vida desses pacientes. A dependência só termina quando os pacientes conseguem realizar o transplante renal.
É o caso de Edmilson José dos Anjos que há quase dez anos realiza hemodiálise em um hospital em Arapiraca. O paciente relata que três vezes por semana utiliza a máquina para realizar o tratamento.
Mas segundo Edmilson enfrentar as máquinas não é tão difícil quanto a espera para receber alguns medicamentos que auxiliam o tratamento da hemodiálise.
Ele denuncia que há cerca de seis meses a unidade do Ceafa (Componente Especializado de Assistência Farmaceutica) em Arapiraca não dispõe do medicamento Calcigex - indicado para pacientes com deficiência renal crônica.
Edmilson José dos Anjos denunciou ainda que foi necessário entrar com uma ação na justiça para receber outro medicamento o Mimpara – que atua controlando os níveis de hormona paratiroideia (PTH), cálcio e fósforo no organismo do paciente. “Já faz quase um ano que dei entrada na ação judicial e até agora estou esperando a decisão da justiça”, afirmou o paciente.
Ele teme que durante esse período a falta dos dois medicamentos possa prejudicar o seu quadro de saúde, que já sofre com os efeitos colaterais do tratamento hemofílico.
O gerente da unidade do Ceafa em Arapiraca, Lucas Fernandes, confirmou a falta do medicamento Calcigex. Ele disse que problemas com fornecedores durante o processo de licitação e a falta de recursos foram alguns dos entraves que a Secretária Estadual de Saúde (Sesau ) enfrentou e que acarretou na ausência do medicamento na rede pública.
No entanto, o gerente garantiu que um novo processo licitatório já foi concluído e os recursos liberados, o que garante a compra de lote do Calcigex.
“Como todo o processo burocrático já foi finalizado acredito que se não ainda em dezembro, mas no máximo em janeiro de 2016 estaremos disponibilizando este medicamento para os pacientes que fazem a hemodiálise”, garantiu Lucas Fernandes.
Ele explicou também que o medicamento Mimpara não faz parte dos medicamentos que estão na lista do Ministério da Saúde (MS), por isso os pacientes não vão encontrá-lo na rede pública.
A boa notícia é que os pacientes não vão ter mais que recorrer à Justiça para conseguir o Mimpara. Segundo Lucas, uma portaria do MS já autorizou a inclusão desse medicamento na lista dos itens de alto custo.
“Agora os órgãos de saúde têm 130 dias para fazer a adequação a essa medida e disponibilizar o medicamento na rede”, finalizou.