Em entrevista exclusiva ao radialista Ângelo Farias, do programa Na Mira da Notícia, pela Rádio Nova FM, a mãe do menino Dyllan Taylor Soares, 3 anos, assassinado no dia 14 deste mês, Joyce Silva Soares, 20 anos, fala pela primeira vez depois que o menino foi sepultado na sexta-feira, 15.

Ela inicia a entrevista relembrando a fatídica quinta-feira em que o menino morreu por espancamento. O companheiro de Joyce, Weydson Alysson Alves da Silva Leão, 22 anos, é o principal suspeito. Ele permanece atrás das grades.

Ela afirma que pela manhã fez o café para o filho e o companheiro e saiu de casa por volta das 8h10 já atrasada para o trabalho. E voltou pra casa por volta das 15h30.

"Quando eu cheguei eu vi que ele estava com um galo na testa e perguntei ao Dyllan o que foi isto e ele disse que tinha caído do berço", disse a mãe. Em seguida, ela relata que questionou o companheiro por que ele deixou o menino se machucar. A ela, Weydson Alysson disse que estava dormindo.

"Sempre tenho uma pomada em casa e coloquei na cabeça dele", disse Joyce Soares.

Ao ser questionada sobre a pancada na cabeça do menino e que o médico do IML (Instituto Médico Legal) afirmou que Dyllan teve traumatismo craniano encefálico, e se ela não havia percebido nada na cabeça do menino, Joyce respondeu:

- Eu perguntei: Dyllan fale pra mim você está sentindo alguma coisa? Fale pra mainha o que é que está acontecendo? Segunda a mãe, Dyllan respondeu:
- Eu quero água e quero dormir.

Em seguida, a mãe do pequeno disse que quando Weydson chegou a casa perguntou o que ela tinha. Ela respondeu que estava triste e que não estava se sentindo bem. O menino chamou por ela e pediu água. Quando ela foi levar a água para o menino, Weydson estava no quarto brigando com a criança porque tinha vomitado na cama.

Discussão e agressão

Joyce conta que ela e o companheiro começaram a discutir. Logo depois ela pegou a criança e colocou no sofá e Dyllan sempre pedia água. "Liguei o ventilador e toda vez que ele pedia água eu dava água a ele", disse ela.

A mãe começou a questionar se Weydson bateu no menino. O companheiro dizia que não, segundo ela. Joyce relata que ficou com o filho no sofá e começou a tocar no corpo do menino, perguntando se estava doendo. O menino dizia que não.

- Aí quando eu peguei nas pernas dele e fiz um exercício ele fez uma cara feia.

Por que você não levou seu filho logo para um hospital? Questionou Ângelo Farias. Ela respondeu:

- Por que a gente não imagina. Ele não estava com febre e nem com dor. Estava normal e só queria dormir e água. Meu filho foi sempre aberto para falar, mas sempre teve medo. (?)

Sobre Weydson ter negado à imprensa de que agredia o menino e que ela (a mãe) batia na criança, Joyce respondeu: - O que eu falei à escrivã de que a gente bate no filho como mãe, não como louca. Eu nunca cheguei no meu filho para bater nele com uma sandália.

Joyce Soares afirmou também que no dia da morte do filho disse para um policial que poderia pegar a digital dela e ver se tinha alguma marca de agressão dela no menino que comprovasse espancamento.

O vídeo

Sobre vídeo em que o menino revela que ela e o companheiro discutiam, Joyce falou:

- Ele (Wyedson) sabe do que estou falando, eu sempre dava um tapinha no braço dele e fingia que estava chorando e depis eu abraçava ele para brincar com o meu filho e ele dizia "mainha não bata nele não". Ele sabe muito bem que era assim.

Joyce revela que nos últimos três domingos antes da morte do menino teve discussão com o companheiro. Ela disse, em seguida, que se arrepende de não ter levado o filho para o hospital e que um policial disse que mesmo assim a criança não resistiria porque estava muito grave.

"Eu sempre deixei isso bem claro para o Weydson de que Dyllan era meu filho e a única coisa que eu tinha, além do meu pai", disse ela. Em seguida Joyce afirma que não tem medo de ser presa, caso isso venha acontecer.

Joyce Soares disse que não acredita que Weydson Alysson seja inocente neste caso. E que não admitia ver o filho apanhar do companheiro e ela ainda bater na criança.

"Se ficar comprovado que foi ele que matou meu filho, nada vai justificar o que se passou naquela casa", disse a mãe.

Questionada sobre a afirmação da sogra que ela batia no Dyllan, Joyce rebate: "Ela sabe que eu não batia no meu filho, mas ela sabe que o filho dela tem culpa", relatou Joyce.

Ao final da entrevista Joyce Soares disse que espera o fechamento do inquérito policial e pediu uma música para o filho, que ela e ele sempre cantavam a canção Nada Além de Ti, de Thalles Roberto e Gabriela Rocha.