Mutum-de-alagoas deverá ser reintroduzido no Estado até o final do ano
Representantes do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Ministério Público Estadual (MPE) e Instituto de Preservação da Mata Atlântica (IPMA) discutiram, nesta quarta-feira (3), as ações a serem adotadas para a reintrodução do mutum-de-alagoas, em áreas preservadas da Mata Atlântica alagoana.
A previsão é que a ave seja reintroduzida no Estado até o final do ano. Para tanto há ações específicas sendo organizadas por um grupo de trabalho que é formado, além do IMA, MPE e IPMA, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Batalhão de Polícia ambiental (BPA), Centro Universitário (Cesmac) e a Organização Não Governamental SOS Herpetologia.
Segundo o diretor-presidente do IMA, Gustavo Lopes, o apoio do órgão ambiental acontece principalmente por meio da equipe de Gestão de Fauna, da Gerência de Fauna, Flora e Unidades de Conservação. Mas, a participação das equipes do Herbário e de áreas protegidas também é importante.
“Toda a parte de conservação é fundamental, mas há ainda a equipe de educação ambiental, por exemplo, que deverá ser acionada quando for necessário”, comentou o diretor-presidente.
O procurador do MPE, Alberto Fonseca, disse que o mais importante “é que esse não é um projeto apenas para o mutum, mas para diversas espécies, principalmente de aves, existentes em Alagoas”. A afirmação é feita porque a reintrodução da espécie implica a preservação e recuperação de diversas áreas.
As áreas preservadas, como aquelas asseguradas pelas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), configuram locais fundamentais para o mutum e outras espécies ameaçadas de extinção.
“Quase a metade das aves ameaçadas na Mata Atlântica estão presentes no Nordeste. O projeto de reintrodução do Mutum assegura também a proteção para cerca de 30 espécies”, assegurou o representante do IPMA, Fernando Pinto.
O mutum-de-alagoas é originário do bioma Mata Atlântica, mas está extinto na natureza. O maior problema enfrentado pela ave foi a destruição do habitat natural, por causa da expansão da cana-de-açúcar e a caça. Atualmente, ela se reproduz em cativeiro e a reintrodução significa um marco para a continuidade da espécie.