Especialistas alertam sobre o uso de suplementação alimentar

Os jovens fazem de tudo para conquistar o corpo perfeito na academia. E não é fácil. Obter um físico de dar inveja exige, sobretudo, disciplina, treino e uma boa dose de paciência.
No duelo contra a balança e para simplificar as coisas, muitos frequentadores de academias recorrem aos suplementos alimentares com a intenção de adquirir músculos cada vez maiores e eliminar a indesejada barriga saliente. O problema é que as substâncias contidas nesses produtos não realizam milagres e o consumo sem prescrição médica pode causar sérios riscos à saúde.
A nutricionista e supervisora da Educação e Promoção da Saúde da Sesau, Mônica Dâmazo, explica que, ao prescrever qualquer tipo de suplementação esportiva é preciso avaliar, de maneira adequada, o estado físico do paciente.
É preciso atentar para alguns detalhes como: se há deficiência de nutrientes, se a quantidade e intensidade de exercícios a serem realizados pedem complemento nutricional ou já são supridas pelas refeições, bem como a rotina alimentar do indivíduo. Faz-se necessária, ainda, a realização de exames específicos para investigar se há possíveis deficiências hormonais, problemas cardíacos, renais ou hepáticos.
“A avaliação médica é fundamental”, alerta a nutricionista. “Principalmente para quem deseja praticar atividade esportiva, pois a auto-suplementação sobrecarrega, especialmente, as funções renais e hepáticas. Além de causar outros problemas que, de um modo geral, são mais complexos e difíceis de resolver”, completou.
Ainda de acordo com ela, a suplementação proteica é mais indicada para grupos específicos, como atletas de alto nível. “Os maratonistas com dois ou até três períodos de treino ao dia podem lançar mão de suplementos como a proteína isolada, uma vez que ela é absorvida mais rapidamente e, consequentemente, promove recuperação muscular acelerada”, explica Mônica Dâmazo.
“Quem se alimenta direito não precisa de suplementação alimentar. O nome fala por si só; serve apenas para suprir alguma carência, seja pela falta de tempo que um indivíduo tem para comer diariamente ou um déficit sanguíneo, como a falta de minerais”, ressalta ela.
O estudante Íthalo Henrique, 22 anos, dribla o sedentarismo e a má alimentação há quatro anos. O uso da suplementação começou desde quando o jovem pesava seus 157 quilos, distribuídos em 1,83 m de altura.
Na busca pela qualidade de vida, ele procurou um nutrólogo para auxiliá-lo a montar refeições equilibradas e na quantidade certa. À época, com 18 anos, Íthalo foi surpreendido pelos efeitos colaterais decorrentes do medicamento prescrito pelo médico, para cujo objetivo era ajudá-lo a queimar gordura e acelerar na diminuição de peso.
“Desenvolvi estresse, insônia e até ânsia de vômito. As substâncias presentes no remédio afetaram, e muito, o meu rendimento na prática esportiva”, lembra Henrique. Resultado: desgosto com a forma pesada, sociabilidade na pior. Insatisfeito com o próprio corpo, o estudante passou a ingerir, de maneira indiscriminada, e desnecessária, um inibidor de apetite – medicamento utilizado para pessoas com obesidade mórbida, principalmente quando elas apresentam dificuldade de emagrecer, mesmo sob dieta, e praticando exercícios regulares.
Não fosse suficiente, ele começou a estudar os tutoriais na internet que explicavam, detalhadamente, como potencializar a perda de peso. Além disso, começou a trocar informações com os colegas da academia, que funcionavam como “fórmulas mágicas” de que tanto o jovem precisava para atingir um corpo mais enxuto.
Segundo o educador físico Gustavo Soares, é dessa forma que a maioria dos praticantes de academia entra no universo da suplementação, seja por uma visão distorcida do homem e da mulher sarados, seja por indicação de quem já usou e garantiu os resultados.
“É necessário um trabalho de conscientização, porque cada pessoa tem um tipo de metabolismo e, dependendo da atividade física realizada e do horário em que ela é praticada, pode-se ter maior ou menos gasto calórico”, explica Soares. “Ninguém, senão os nutricionistas ou nutrólogos, podem prescrever suplementação esportiva.”
O profissional enfatiza que o comportamento do público jovem em relação à auto-suplementação é preocupante, de tal forma que as consequências podem aparecer de maneira tardia. E violenta. “O praticante que fez uso de determinada substância ao longo de um período, pode, após algum tempo (meses ou anos), vir a sentir os efeitos colaterais e, claro, ele nem se lembrará do remédio nem da suplementação errada que ingeriu.”
Embora tenha conhecido a lição à força, Henrique comemora a perda dos seus 45 quilos na balança. Além do mais, o estudante venceu outro grande inimigo do emagrecimento – a sensação de muito esforço e pouco resultado. “Hoje, eu sei que um corpo ideal pode ser conquistado apenas com dieta equilibrada e exercícios físicos”, diz ele, que se mantém feliz da vida.
Já Paulo Santos, 23 anos, se impôs a um desafio no ano passado: perder gordura e construir músculos maiores em oito meses só com exercícios físicos e mudanças na alimentação, sem o uso de suplementação proteica. “Eu já malhava, cheguei a tomar alguns suplementos e, mesmo assim, não havia conseguido resultados satisfatórios”, conta ele.
Com boas estratégias, o estudante de educação física está quase lá. Em junho de 2015, o jovem tinha 83 quilos e 1,75 m de altura. Hoje, ele chega aos 80 quilos, peso que conserva com satisfação e mais saúde. Sua meta para os próximos meses é diminuir gordura e dobrar o volume de massa magra.
Ele também passou a conversar mais com o instrutor para, juntos, montarem as sequências de exercícios. Embutiram musculação e aeróbico no programa, durante seis vezes por semana. Fixaram metas para o ganho de massa e medem os resultados a cada mês.
E para quem pensa que a dieta de Santos é baseada quase que exclusivamente em três ingredientes - frango, clara de ovos e batata-doce -, engana-se. Ele garante um cardápio sem restrições com ajuda de uma nutricionista. “Moderadamente, claro, não me privo de comer alimento algum.” Nada de fome: Paulo Santos faz sete refeições ao dia. O segredo, de acordo com ele, é regular as porções.
“Eu me alimento com carnes magras, brancas e, principalmente, peixes com pouca gordura. Dou prioridade aos carboidratos de baixo índice glicêmico, como massas integrais e alguns tubérculos, que aumentam a minha saciedade. Além de caprichar nos cereais, nas frutas, nas verduras, nos legumes”, disse ele, com satisfação de quem conserva uma vida equilibrada e saudável.
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