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Por acordo, Delcídio cita Lula e Dilma na Lava Jato

Por 7 Segundos com Estadão e UOL 03/03/2016 18h06
Por acordo, Delcídio cita Lula e Dilma na Lava Jato
- Foto: Internet

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) decidiu fazer acordo de delação premiada perante o grupo de trabalho da Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato.

Segundo a revista "IstoÉ", ele citou vários nomes, entre eles o da presidente Dilma Rousseff e o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, entre outros assuntos. As primeiras revelações do ex-líder do governo fazem parte de um documento preliminar da colaboração.

Nesta fase, o delator indica temas e nomes que pretende citar em seus futuros depoimentos após a homologação do acordo.

Delcídio foi preso no dia 25 de novembro do ano passado acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato e solto no dia 19 de fevereiro. Desde que saiu da prisão, Delcídio nega ter feito delação premiada.

A revista "IstoÉ" divulgou os detalhes da delação de Delcídio que teria 400 páginas e trechos do depoimento. Segundo Delcídio, partiu de Lula a ordem para que o senador tentasse convencer o ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, preso na Lava Jato, a não implicar o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, em uma eventual delação premiada.

Delcídio foi preso após ser gravado pelo filho de Cerveró prometendo atuar junto a ministros para interferir na Lava Jato. "No caso, Delcídio intermediaria o pagamento de valores à família de Cerveró".

Segundo a "IstoÉ", os R$ 50 mil entregues pelo senador ao advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, saíram do bolso do empresário Maurício Bumlai. No total, foram R$ 250 mil.

A "IstoÉ" diz que a revelação pode indicar que o ex-presidente Lula tentou interferir na Lava Jato --mesmo motivo que levou a prisão de Delcídio.
De acordo com a "IstoÉ", Delcídio afirmou que um dos temas que "mais aflige" o ex-presidente Lula é a CPI do Carf, que apura a compra de Medidas Provisórias durante o governo do petista para favorecer montadoras e o envolvimento do seu filho, Luiz Claudio, no esquema.

O Instituto Lula divulgou nota em que diz que "o ex-presidente jamais participou, direta ou indiretamente, de qualquer ilegalidade, seja nos fatos investigados pela operação Lava Jato, ou em qualquer outro, antes, durante ou depois de seu governo".