Apple lança "iPhone barato" para países emergentes

A Apple anunciou nessa segunda-feira (21) versões mais baratas de três dos seus principais produtos –iPhone, iPad e Apple Watch--, em uma clara tentativa de aumentar sua participação no mercado mundial e refrear a queda nas vendas. É o que apontam os analistas de mercado entrevistados pelo UOL Tecnologia, que ressaltam o interesse da empresa em conquistar países emergentes como o Brasil.
O novo iPhone SE, que marca a volta das telas de quatro polegadas, é o celular mais barato já lançado pela Apple: custará a partir de US$ 399 (cerca de R$ 1.440). Já a versão mais compacta do iPad Pro chega ao mercado por a partir de US$ 599 (R$ 2.164), cerca de US$ 200 mais em conta que o lançado em setembro. Desconto similar aplicado ao Apple Watch, que ganhou mais cores e novos visuais.
"Uma solução que tende a favorecer tanto os mercados mais maduros como os emergentes. Mas a oportunidade maior está nos emergentes, onde o crescimento de smartphones é substancial e a Apple ainda tem uma atuação relativamente pequena", avalia Annette Zimmermann, diretora de pesquisa do Gartner, que cita a Índia como um dos mercados que devem ser estimulados pelos lançamentos.
O preço, de acordo com Alberto Pardo, CEO da empresa especializada em publicidade móvel Adsmovil, tende a ser o maior atrativo do iPhone SE. "A Apple tem uma enorme quota no mercado americano, mas sua participação é muito baixa em países como a Índia e China. Para conseguir espaço nesses mercados, é preciso preço. Uma realidade semelhante à da América Latina. O preço é talvez o argumento mais importante na compra de um smartphone."
"Para crescer fora dos EUA, a Apple precisa investir cada vez mais no lançamento de produtos com preços mais acessíveis".
Tá favorável?
A situação no Brasil não é tão favorável. Após cinco anos de altas consecutivas, as vendas de smartphones no país sofreram uma queda de 13% em 2015, segundo o instituto de pesquisa IDC, que prevê recuo similar para 2016. Mesmo assim, como aponta Eduardo Tude, presidente da consultoria de telecomunicações Teleco, o iPhone SE abre espaço para o crescimento da participação da Apple no mercado brasileiro, que ainda é pequeno.
De acordo com o levantamento do instituto de pesquisa Kantar, em janeiro de 2016, a participação do sistema operacional da Apple em número de celulares no país era de 3,3%. Índice inferior ao Windows Phone (Microsoft), que ocupava 4,1% do mercado. O Android mantinha a liderança isolada, com 92,4% dos aparelhos. Vale lembrar que, segundo o instituto, o maior índice já alcançado pelo iOS foi registrado em janeiro de 2012, quando a empresa comandada por Tim Cook alcançou 8,3% de atuação no país.
Tude diz não acreditar que o iPhone SE seja suficiente para que Apple alcance seu recorde de participação no mercado brasileiro, mas aponta ser possível que a empresa recupere a segunda posição do ranking e ultrapasse o Windows Phone.
Em função do dólar, não podemos esperar que o iPhone SE chegue ao Brasil com preço popular. Mas certamente será uma opção mais em conta para aqueles que querem um aparelho de última geração, mas não querem pagar o preço do top de linha"
O consultor ressalta que a versão mais barata pode reduzir o período de troca de aparelho. "Com os custos cada vez mais elevados dos aparelhos, o tempo de troca tem crescido e variado de dois a três anos. Com uma opção mais em conta, esse período tende a ser menor. E é aí que a Apple pode ganhar."
Para Annete, o lançamento da Apple tende a atrair os donos dos iPhones 4S e 5S. "Há ainda muitos usuários que possuem esses modelos, inclusive nos mercados maduros. Eles são mais conscientes dos custos e geralmente não compram a versão mais recente porque não querem gastar tanto dinheiro. Agora, eles podem ter uma tecnologia de última geração a um preço mais baixo", aponta a diretora de pesquisa do Gartner.
Tela menor: longe de ser uma tendência retrô
O lançamento de um aparelho de 4 polegadas, na opinião de Annette, está longe de ser uma tendência do retorno dos smartphones de tela pequena. "O telefone é menor porque uma tela grande adicionaria custos", afirma. Segundo ela, o display pode ser uma vantagem para os usuários do iPhone 5, que já estão acostumados ao tamanho. "Mas essa não é uma tendência que vai pegar para outros fornecedores."
Como aponta Alberto Pardo, a Apple manteve o foco em dispositivos high-end, mas estão testando novos celulares para entrar em um mercado de menor renda. "Não quer dizer, no entanto, que as telas pequenas sejam uma tendência."
A diretora da Gartner diz ser possível que o iPhone SE atraia alguns usuários do Android que estejam procurando um novo dispositivo com boas especificações técnicas. "Por outro lado, a maioria dos telefones nesta faixa de preço tem telas de 5 polegadas e alguns usuários -- acostumados com a telona-- podem achar difícil voltar a um aparelho de 4 polegadas", acrescenta Annete.
Últimas notícias

Polícia suspeita que corpo de Ana Beatriz foi escondido em armário após buscas

HEA realiza edição especial do projeto Sala de Espera com alertas sobre feriadão prolongado

Presa, mãe de Ana Beatriz deve responder por infanticídio e ocultação de cadáver
Mãe confessa ter matado bebê de 15 dias asfixiada por causa do choro constante

PRF inicia Operação Semana Santa 2025 nesta quinta-feira (17) em Alagoas

Ação conjunta localiza em Maceió jovem que desapareceu em Arapiraca
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
