Os moradores da antiga Vila do Jaraguá não estão satisfeitos com os apartamentos que foram doados pela Prefeitura de Maceió após a desocupação do espaço, ocorrido em 2015. O local é alvo de reclamações e descontentamento dos pescadores.

De acordo com a vice-presidente do Instituto Vila dos Pescadores, Marta Maria Tavares Paes, os apartamentos sofrem com infiltrações e, em época de chuvas mais fortes, algumas áreas do condomínio chegam a ficar alagadas pela falta de infraestrutura. “Os apartamentos são cobertos apenas com PVC. Uma espécie de reboco. Muitas pessoas já perderam eletrônicos e eletrodomésticos por conta disso. Quando chove vira um rio”, ressaltou.  

Além das dificuldades em manter e preservar o local, outro problema tira o sono dos moradores: a falta de opções de transporte para a locomoção. Segundo Marta, aqueles que necessitam se deslocar e pegar ônibus sofrem. Isso porque, ainda de acordo com ela, os coletivos não passam na região. 

“Para ir pescar ou fazer algum outro tipo de atividade, a gente tem que pegar um táxi de lotação, que pode custar até R$20 reais. É um absurdo mesmo. Tem gente aqui que não tem esse valor. Imagina um idoso querendo ir para o hospital e não consegue?”, questionou.

Centro Pesqueiro 

A demolição das casas da antiga Vila do Jaraguá deu espaço à construção do Centro Pesqueiro, que abrigará um mercado de peixe com três estaleiros e uma fábrica de gelo. A estrutura é voltada para as famílias residentes.

“Sou a favor da construção. Esse Centro vai beneficiar todos os pescadores e marisqueiras”, falou a vice-presidente do instituto. A obra está sendo executada pela Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Habitação Popular e Saneamento (SMHPS).

Resposta da Secretaria Municipal de Habitação Poular (SMHPS)

Em nota, a Secretaria de Habitação informou que as infiltrações podem se tornar mais frequentes no período chuvoso, seja por conta do afastamento de telhas com a ventania ou outros percalços do cotidiano. A pasta ressaltou, ainda, que técnicos visitaram recentemente o conjunto a fim de solucionar os transtornos e que recebeu, na última semana, representantes da SMTT para realizar um estudo no local para que a carência de transporte na região possa ser, enfim, resolvida. 

"Os moradores podem entrar em contato com a SMHPS para alertar e nos ajudar a solucionais as demandas. Mesmo assim, técnicos já estão trabalhando para que não ocorram mais tais problemas", finalizou a nota.