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Yahoo é acusado de adaptar ferramenta anti-spam para liberar espionagem governamental

Por 7 Segundos com Gizmodo 07/10/2016 09h09
Yahoo é acusado de adaptar ferramenta anti-spam para liberar espionagem governamental

Uma reportagem da Reuters de terça-feira (4) acusava o Yahoo de criar um sistema de espionagem de e-mails da plataforma para o governo dos Estados Unidos. Em uma matéria publicada hoje, o jornal The New York Times descobriu mais detalhes sobre como funciona o sistema que permite que autoridades busquem mensagens em tempo real trocadas na plataforma da empresa americana.

De acordo com fontes do jornal americano, a empresa adaptou um sistema usado para busca de pornografia infantil e de bloqueio de spam em caixas de e-mail para que o FBI pudesse realizar pesquisas relacionadas à terrorismo.

O Yahoo não fez isso por livre e espontânea vontade. O NYT diz que uma ordem judicial do FISA (Tribunal de Vigilância Estrangeira nos Estados Unidos, em tradução livre) solicitou que a companhia cooperasse em um caso de terrorismo internacional em que havia evidências de que os suspeitos envolvidos usavam a plataforma de e-mail da companhia.

O sistema, que foi feito em 2015, é considerado controverso, pois não foi feita a espionagem de algumas contas de e-mail em específico, mas de todas as mensagens recebidas pela plataforma. Tudo isso foi feito para procurar uma assinatura digital, uma espécie de identificador único usado na comunicação dos terroristas.

Apesar da acusação inicial da Reuters, o Yahoo nega que tenha feito algo nesse sentido por meio de um comunicado de uma porta-voz: “Nós interpretamos estritamente cada pedido de dados de usuários feito pelo governo para minimimzarmos ao máximo a divulgação. Este sistema de escaneamento de e-mail que o artigo fala não existe.”

A Reuters, então, escreveu uma outra matéria citando fontes anônimas de dentro do Yahoo, informando que o mecanismo de monitoramento foi desligado assim que foi descoberto pela equipe de segurança da empresa. No entanto, a plataforma de monitoramento só foi reativada após Alex Stamos, responsável pela segurança do Yahoo na época, deixar a companhia para trabalhar no Facebook.

O Yahoo tem passado por situações bem críticas recentemente. Recentemente, a empresa reconheceu que mais de 500 milhões de dados de contas de e-mail foram roubadas em um ataque patrocinado por um governo.