Crianças usam máscaras de seus super-heróis favoritos para fazer radioterapia
Médico sergipano é o responsável pela iniciativa, que é pioneira no Brasil
Com o objetivo de tornar o tratamento do câncer infantil menos traumático, o maior hospital público de Sergipe utiliza máscaras de super-heróis. A iniciativa é inédita no Brasil e partiu do médico radio-oncologista Marco Antonio Costa Campos de Santana, que faz parte da equipe médica do Centro de Referência de Oncologia para Câncer Infantil no estado.
Em entrevista ao 7 Segundos, Marco Antonio contou que conheceu essa abordagem na França e sentia que seus pacientes precisavam deste acessório lúdico para ficarem imóveis durante o tratamento.
Como o médico explicou, manter uma criança concentrada e imóvel não é fácil, mas a máscara com desenhos de personagens corajosos e fortes das histórias de ficção afasta a ansiedade e torna o processo menos agressivo, pois dispensa trinta dias de anestesia.
Quando usada, a anestesia acaba aumentando em 4x o tempo da criança nas sessões de radioterapia. “Precisar da anestesia me deixava insatisfeito”, confessou Marco. “Pequenas atitudes de acolhimento e humanização tornam o tratamento mais confortável para o paciente e seus familiares”.
O especialista disse ao 7 Segundos que a máscara termoplástica é padrão para a radioterapia e precisa existir, pois serve para imobilizar o paciente durante o procedimento, tornando-o preciso.
“Essa máscara é verdadeiramente assustadora”, descreveu Marco Antonio. “De cor natural branca, ela é individualizada e veste no rosto do paciente como um molde, além de ser asséptica, livrando os pacientes dos agentes causadores de doenças”.

Caso Piloto
Uma criança de quatro anos de idade, com um câncer de baixa complexidade mas com muita fobia ao tratamento, testou a máscara pela primeira vez este ano, no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).
Marco Antonio contou que propôs ao paciente desenharem juntos o personagem favorito dele. O técnico em radioterapia Marcelo Bomfim também colaborou com a arte, pintando as máscaras com tinta guache, não tóxica.
“A resposta foi automática e mudou o paradigma”, contou Marco ao 7 Segundos. “Outras crianças estão respondendo e solicitando o procedimento que é 100% artesanal e todo custeado pelo SUS [Sistema Único de Saúde]”, garantiu.
Atualmente o hospital está com duas crianças em tratamento, mas a proposta é fazer com todas que assim permitirem, exceto as que já tiverem sequelas no cérebro, pois não conseguem compreender a função da máscara.
Biografia
Marco Antonio Costa Campos de Santana, 32 anos, se formou em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, tem especialização em radioterapia pela Universidade de São Paulo (USP) e em Radioterapia de Última Geração pelo Institut Gustave Roussy em Paris.
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