Temer ataca delator, fala em gravação clandestina e pede suspensão do inquérito no STF

No seu segundo pronunciamento desde a divulgação das primeiras informações sobre a delação premiada de executivos da JBS, o presidente Michel Temer atacou Joesley Batista, um dos donos da JBS, e anunciou neste sábado (20) que vai apresentar pedido ainda hoje ao STF (Supremo Tribunal Federal) parar suspender o inquérito aberto contra ele na Corte "até que seja verificada em definitivo a autenticidade" do áudio de conversa entre ele e o empresário Joesley Batista.
Temer voltou a chamar a gravação de "clandestina" e atacou o delator, a quem chamou de "falastrão".
"Ele cometeu o crime perfeito. Enganou os brasileiros e agora mora nos Estados Unidos. Quero observar a todos vocês as incoerências entre o áudio e o teor do depoimento. Isso compromete a lisura de todo o processo por ele desencadeado", disse Temer.
Temer falou ainda sobre a impunidade contra Joesley, que segundo ele "está livre e solto, andando pelas ruas de Nova York". "Ele não passou nenhum dia na cadeia, não foi preso, nem julgado, nem punido e pelo jeito que está não será", afirmou.
Marcado para as 14h pela Secretaria de Comunicação da Presidência, o pronunciamento começou com uma hora de atraso.
Na quinta-feira (18), o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de inquérito para apurar condutas de Temer. A Procuradoria-Geral da República vai investigar se o presidente praticou os crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.
A interpretação dada pela Procuradoria ao diálogo é a de que Temer concordou com a iniciativa do empresário de comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e já condenado, pela Operação Lava Jato.
Em nota, o Palácio do Planalto alegou inocência de Temer. "A acusação não procede e o diálogo do presidente com o empresário Joesley prova isso".
O deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) também são alvo da investigação, aberta a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Em delação premiada, um dos donos da JBS, Joesley Batista, apresentou um áudio de uma conversa entre ele e Temer, no qual ambos falam sobre a compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato, e de tentativas de obstrução das investigações. A conversa aconteceu dentro do Palácio do Jaburu, residência do presidente, fora da agenda oficial.
O empresário relata também que foram pagos, a pedido de Temer, valores milionários, entre 2010 e 2017, para garantir vantagens indevidas. Montantes que teriam incluído, por exemplo, R$ 3 milhões em propina na eleição de 2010, quando Temer foi candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), foram pagos em parte por meio de doação oficial e em outra parte por meio de caixa dois, segundo o delator.
Também na quinta, negou qualquer conduta ilegal. O Planalto questiona a autenticidade do áudio. O presidente afirmou que não renunciará. A crise política no governo Temer se agravou após a divulgação da delação. Até agora nove pedidos de impeachment já foram protocolados contra Temer na Câmara dos Deputados. Partidos aliados ameaçam deixar o governo.
Neste sábado, o PSB anunciou rompimento oficial com o governo federal e "sugeriu" a renúncia do peemedebista "o mais rápido possível". O partido tem um ministro do governo, Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), das Minas e Energia.
Além do PSB, o Podemos (ex-PTN) e o PPS já haviam anunciado o rompimento com o Planalto. O agora ex-ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS-SP) se demitiu por conta da repercussão das revelações. O PSDB havia anunciado intenção de desembarcar do governo, mas acabou voltando atrás.
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