Homem é preso na Rússia por ser testemunha de Jeová
Mal o dinamarquês Dennis Christensen tinha começado a fazer uma pregação na casa em que se reunia com Testemunhas de Jeová quando o local foi invadido por policiais para prendê-lo.
Isso ocorreu há onze meses, no dia 25 de maio do ano passado, na cidade de Oryol, a 360 quilômetros ao sul de Moscou. A polícia e agentes do serviço secreto confiscaram uma Bíblia, livros com conteúdo religioso, laptops e discos rígidos na operação.
Christensen, de 46 anos, ainda está preso. O julgamento dele começa nesta terça. Se for declarado culpado de organizar atividades do que promotores do país veem como "organização extremista" pode ser condenado a até 10 anos de prisão.
Um mês antes de Christensen ter sido detido, a Suprema Corte russa havia proibido as atividades dos seguidores da religião Testemunhas de Jeová e ordenado o confisco de propriedades da organização no país, onde o grupo tinha 395 centros e cerca de 200 mil seguidores.
As autoridades russas consideram que o movimento religioso cristão é uma "ameaça aos direitos dos cidadãos, à ordem social e à segurança pública".
O Ministério da Justiça afirmou na época que o movimento distribuía panfletos que incitavam o ódio a outros grupos. Um desses panfletos citava o escritor russo Leon Tolstói descrevendo a Igreja Ortodoxa Russa como superstição e feitiçaria.
Organizações de defesa dos direitos humanos questionam o encarceramento de Christensen e pedem que ele seja libertado. "As autoridades russas estão buscando castigar uma Testemunha de Jeová por exercer seu direito a praticar sua religião", afirma Rachel Denber, diretora adjunta da organização Human Rights Watch para Europa e Ásia Central.
Ao proibir a atuação das Testemunhas de Jeová classificando-os como "extremistas" em abril do ano passado, a Justiça russa colocou os seguidores do grupo na mesma categoria dos militantes do autodenominado Estado Islâmico.