Educação

Escola improvisada por indígenas, em Inhapi, recebe vistoria do MPF

Por Assessoria 27/07/2018 10h10
Escola improvisada por indígenas, em Inhapi, recebe vistoria do MPF
MPF visita escola indígena - Foto: Cortesia

O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas visitou a aldeia Roçado, da etnia Koiupanká, no município de Inhapi, a fim de verificar as condições de funcionamento da Escola Indígena Estadual Anselmo Bispo de Souza. Apesar de ser responsabilidade do Estado de Alagoas, a escola nunca foi construída e funciona em salas improvisadas pela própria comunidade, atendendo a quase 200 alunos, a partir de quatro anos de idade.

Na última segunda-feira, dia 23 de julho, o procurador da República Bruno Lamenha, acompanhado do antropólogo do MPF Ivan Farias, realizou a visita técnica à escola indígena, a fim de instruir o Procedimento Preparatório n. 1.11.001.000379/2018-46, que visa apurar o atraso do Estado na construc?a?o de unidade escolar na comunidade indi?gena Koiupanka?, no munici?pio de Inhapi/AL.

A escola oferta ensino regular e indígena para crianças de três aldeias – Roçado, Baixa do Galo e Baixa Fresca – todas da etnia Koiupanká. No total, são 168 famílias, cerca de 650 pessoas de todas as idades. A escola possui 16 turmas, em três turnos, que se dividem num salão comunitário, numa oca em terreno aberto e em duas pequenas casas particulares cedidas pelos próprios moradores da aldeia. Há ainda uma Sala do Saber, doada pela ONG Visão Mundial, para educação infantil.

O ensino na escola indígena possui a grade curricular igual às escolas regulares, mas inclui a educação indígena, voltada às especificidades culturais e procurando preservar as culturas tradicionais. A escola possui 70% de professores indígenas e 30% não-indígenas. No entanto, os professores ressaltaram a dificuldade na contratação de um professor de história-identificação. Matéria que trata da cultura, tradição e história dos povos indígenas.

Os professores Francisco, Lúcia e Márcia acompanharam a visita e explicaram a necessidade de construção de um prédio para funcionamento da escola. Para eles a dimensão das salas adaptadas não é adequada para o ensino dos alunos. “Uma das casas adaptadas é minha e agora eu moro de aluguel. Minha casa virou três salas de aula e a casa vizinha, do meu primo, possui mais duas salas, sendo que ele continua vivendo num cômodo separado”, explicou o professor Francisco.