FPI descobre sítio arqueológico em São José da Tapera
Arqueólogos acreditam ter achado pinturas rupestres nas rochas da região
A Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do São Francisco (FPI do São Francisco) fez mais uma grande contribuição à história. É que, nessa terça-feira (06), a equipe Resíduos Sólidos e Extração Mineral descobriu um sítio arqueológico na zona rural do município de São José da Tapera, no Sertão alagoano.
Segundo Auremilia Carneiro, arqueóloga do Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan), a FPI chegou à localidade após informe de um morador da região.
São dezenas de pinturas rupestres numa grande formação rochosa. Conhecido como Pedra de Santo Antônio, o local é visitado, inclusive, por devotos do santo. É o que relata Francisco Melo, que tem 71 anos e trabalha como vaqueiro na propriedade onde se deu a descoberta.
"Essa pedra não tinha valor nenhum até hoje. Ninguém aqui tinha noção da importância dessas pinturas. Até já quiseram trazer uma imagem do santo para deixá-la aqui, mas agora já sei que isso não é permitido. Vou conversar com todo mundo para que cuidem ainda mais desse lugar", conta Francisco.
No oportunidade, a equipe da FPI realizou a série de procedimentos necessários para o cadastro junto ao Centro Nacional de Sítios Arqueológicos, fotografando e medindo cada sequência de imagens.
"Ainda não temos como estimar o período em que essas pinturas foram feitas, mas, com base nos sítios encontrados na região Nordeste, estima-se entre quatro e doze mil anos atrás", relata a arqueóloga do Iphan.
No local, a equipe identificou o que seriam duas figuras humanas pintadas com óxido de ferro [mineral extraído da própria rocha], dada a coloração vermelha, além de várias outras imagens, como as de serpentes e pássaros, indicando que o homem pré-historico eternizou, naquelas rochas, os rituais que praticara.
"Com isso, podemos inferir que havia rituais neste local, embaixo das rochas. Portanto, trata-se de algo muito interessante para a arqueologia, já que trabalhamos com fragmentos da história", analisa Auremilia, destacando que, neste caso, não há a necessidade de tombamento com vistas à preservação do sítio.
"O simples fato de ser um sítio arqueológico já o torna protegido por lei. Agora, vamos em busca dos recursos necessários para garantir tal proteção", reforça a arqueóloga, citando a lei federal 3.924, de 1961 e que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos.
Apreensões
Ainda nessa terça, a equipe Resíduos sólidos e extração mineral também apreendeu, com o apoio de militares do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), vários equipamentos utilizados na extração de granito, como marretas e picaretas, na região de São José da Tapera.
Ao todo, a FPI já flagrou quatro pedreiras sem licenciamento, todas na mesma cidade, mas ninguém chegou a ser preso pela exploração ilegal de minério.
Veja também
Últimas notícias
Alagoas adere ao PROPAG para renegociar dívidas e reestruturar finanças estaduais
Governo de Alagoas cria comissão organizadora para concurso público da Uneal
Governo Lula espera reverter derrota no PL Antifacção com apoio de senadores da base
Programa Desenvolve Arapiraca acontece bairro Planalto nesta sexta (28)
Bolsonaristas comemoram derrota do governo e aprovação do PL Antifacção na Câmara
Liquidação do Banco Master não deve afetar pagamento de aposentados, diz Prefeitura de Maceió
Vídeos e noticias mais lidas
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
Família de Nádia Tamyres contesta versão da médica e diz que crime foi premeditado
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
