Educação

Bolsonaro escolhe professor de escola do Exército para ministro da Educação

Ricardo Velez Rodriguez diz que Brasil se tornou 'refém' de um sistema 'afinado' com 'ideologia marxista'.

Por G1 23/11/2018 08h08
Bolsonaro escolhe professor de escola do Exército para ministro da Educação
Ricardo Velez Rodriguez, novo ministro da Educação do Brasil - Foto: Reprodução

O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (22) pelo Twitter o professor e filósofo Ricardo Velez Rodriguez como futuro ministro da Educação.

Nascido na Colômbia e naturalizado brasileiro em 1997, o futuro ministro é autor de mais de 30 obras e atualmente é professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército.

Rodriguez é mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho; e pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron.

Nos últimos dias, chegaram a circular os nomes de Guilherme Schelb(procurador da República) e de Mozart Ramos (diretor do Instituto Ayrton Senna) para o Ministério da Educação. Segundo Bolsonaro, a escolha para a pasta seria de um "bom nome técnico".

 

Indicação para o MEC

Nascido em Bogotá (Colômbia), Rodriguez escreveu em um blog no último 7 de novembro que havia sido indicado para o Ministério da Educação pelo filósofo Olavo de Carvalho.

"Amigos, escrevo como docente que, através das vozes de algumas pessoas ligadas à educação e à cultura (dentre as quais se destaca o professor e amigo Olavo de Carvalho), fui indicado para a possível escolha, pelo Senhor Presidente eleito Jair Bolsonaro, como ministro da Educação", publicou.

"Aceitei a indicação movido unicamente por um motivo: tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de 'Mais Brasil, menos Brasília'", acrescentou.

 

O que pensa o futuro ministro

Em um blog na internet, o futuro ministro escreveu no mês passado que o Ministério da Educação tem como "tarefa essencial" recolocar os ensinos básico e fundamental "a serviço das pessoas".

"Enxergo, para o MEC, uma tarefa essencial: recolocar o sistema de ensino básico e fundamental a serviço das pessoas e não como opção burocrática sobranceira aos interesses dos cidadãos, para perpetuar uma casta que se enquistou no poder e que pretendia fazer, das Instituições Republicanas, instrumentos para a sua hegemonia política", escreveu.

Ainda no texto, intitulado "Um roteiro para o MEC", afirmou que os brasileiros se tornaram "reféns" de um sistema de ensino "alheio às suas vidas" e "afinado" com uma tentativa de impor a "doutrinação de índole cietificista e esquistada na ideologia marxista".

Rodriguez escreveu, também, que essa "ideologia" tenta ensinar questões de gênero, a "dialética do 'nós contra eles'" e a "reescrita" da história.

"[A ideologia é] destinada a desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião, da cidadania, em soma, do patriotismo", publicou.

Em um outro artigo, publicado no jornal "O Estado de S. Paulo" em agosto, o futuro ministro escreveu que o "ciclo Lulopetista" no governo federal "praticamente desmontou" as instituições republicanas.

No Facebook, escreveu em novembro ser preciso, "em primeiro lugar", "limpar todo o entulho marxista que tomou conta das propostas" dos funcionários do MEC.

Entre os livros que Rodriguez escreveu estão "A Grande Mentira. Lula e o Patrimonialismo Petista" (2015); "Da guerra à pacificação: a escolha colombiana" (2010); "Estado, cultura y sociedad en la América Latina" (2010); "Patrimonialismo e a realidade latino-americana" (2006).