STF manda prender fazendeiro condenado por assassinato de Dorothy Stang
Condenado a 30 anos pelo assassinato da missionária estava em liberdade desde maio do ano passado
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) revogou nesta terça-feira (19) a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que concedeu em maio do ano passado liberdade ao fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, em 2005, em Anapu (PA). Com isso, ele deve voltar a cumprir a pena na prisão.
Para conceder o habeas corpus, Marco Aurélio argumentou que o fazendeiro ainda tem recursos disponíveis na Justiça contra sua condenação, e por isso, na visão do ministro, ele não deveria estar preso. Foi a mesma posição que exibiu durante a sessão da Primeira Turma. O pano de fundo é a discussão sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, que é autorizada pelo entendimento atual do STF, mas que enfrenta a resistência de Marco Aurélio.
Durante o julgamento na turma, o ministro Alexandre de Moraes destacou que a posição majoritária da turma é pela manutenção da prisão e possibilidade da execução da pena. "Aqui também um caso gravíssimo, homicídio duplamente qualificado, em que a própria Turma, em 18 de agosto de 2017, por maioria de votos, indeferiu a ordem de um habeas corpus à época ainda durante a instrução processual, revogando a liminar", lembrou Moraes.
A turma ainda é composta pelos ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber. "Os fatos ocorreram em 2005. E estamos em 2019. É boa hora de cumprir a pena. Estou acompanhando a divergência", disse Barroso.
Após o assassinato, o fazendeiro ficou preso por mais de um ano, mas em 2006 conseguiu um habeas corpus do Supremo e aguardava o julgamento em liberdade. Em 2010, foi condenado a 30 anos de prisão. Aguardou o julgamento de um recurso em liberdade até que a Corte determinou a revogação de seu habeas corpus em setembro de 2017.
A reportagem procurou a defesa de Regivaldo, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
O caso
A missionária americana Dorothy Stang foi assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005, aos 73 anos. Irmã Dorothy, como era conhecida, foi responsável pela criação do primeiro programa de desenvolvimento sustentado da Amazônia, em Anapu (PA). Com o projeto, vários fazendeiros e madeireiros tiveram suas terras confiscadas pelo Incra.
Além de Regivaldo, outros quatro acusados pelo crime foram julgados e condenados: Vitalmiro Bastos Moura, Amair Feijoli da Cunha, Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista.
Veja também
Últimas notícias
Alemanha vai investir 1 bilhão de euros em fundo de florestas
Lula pode oficializar indicação de Messias ao STF nesta quinta
Estados e municípios têm R$ 1,9 bilhão de previdência no Banco Master
Após furacão Melissa, São Petersburgo anuncia envio de ajuda a Cuba
Luziápolis caminha para ser 100% pavimentada com apoio de Arthur Lira
Alunos de Maceió vivem experiência esportiva no Bear Games Nordeste
Vídeos e noticias mais lidas
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
Família de Nádia Tamyres contesta versão da médica e diz que crime foi premeditado
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
