MEC custeou gastos de 11 pessoas antes de nomeá-las
Em nota, a pasta diz que os beneficiados participaram de reuniões de trabalho
Enquanto aguardavam a nomeação de indicados para ocupar cargos do segundo escalão do Ministério da Educação (MEC), órgãos ligados à pasta gastaram R$ 76.503,65 com passagens e hospedagens para 11 pessoas frequentarem reuniões em Brasília. Juristas dizem que a prática pode ser considerada irregular e pode ter driblado ao menos duas leis.
Em nota, o MEC diz que os beneficiados participaram de reuniões de trabalho, "prestando apoio técnico no planejamento e discussão de propostas de reestruturação" da pasta como "colaboradores eventuais". Para os juristas consultados, os futuros nomeados não se encaixam nessa condição - que prevê recorrer a um profissional dotado de capacidade técnica específica, que recebe a incumbência da execução de determinada atividade sob permanente fiscalização.
O levantamento foi feito pelo jornal O Estado de S. Paulo no Portal de Transparência do governo federal. Entre os gastos encontrados, o maior foi com o secretário de Alfabetização, Carlos Francisco Nadalim, no total de R$ 23,2 mil. Nomeado em 18 de fevereiro, ele já tinha passagens e diárias pagas pelo ministério desde 17 de janeiro. Para que Nadalim frequentasse reuniões - a última delas, inclusive, tinha como pauta a criação da secretaria a qual seria nomeado para dirigir - foram custeadas dez viagens entre Brasília e Londrina, onde morava e trabalhava na escola Mundo do Balão Mágico.
A Secretaria de Modalidades Especializadas da Educação foi a segunda com o maior gasto, R$ 22.034,78, custeando 15 viagens de cinco servidores que depois viriam a ser nomeados para cargos em comissão, entre eles o titular da pasta, Bernardo Goytacazes de Araújo. "O colaborador eventual é uma pessoa que vai prestar um serviço, não tomar decisões sobre o futuro do ministério, como são os casos justificados", diz o advogado constitucionalista Marcellus Ferreira Pinto. O MEC contata pessoas nessa categoria, por exemplo, para a elaboração de avaliações de estudantes, estudos sobre a educação do País, etc. Ou seja, casos em que há uma "eventualidade".
Especialista em Direito Público e Educacional pela Universidade de São Paulo (USP), Maria Paula Dallari diz que também se pode ter driblado o processo de nomeação ao não esperar a conclusão do processo pela Casa Civil antes de começar a exercer suas funções e ter acesso a informações do ministério. "Existe um trâmite, uma investigação antes da nomeação que precisa ser respeitada. Essas pessoas burlaram esse procedimento se começaram a frequentar reuniões e tomar decisões antes de efetivamente serem servidores do ministério", diz.
Procuradores consultados pelo jornal também consideram a prática irregular e recomendam que os beneficiados devolvam os valores. Alguns foram exonerados, como é o caso de Iolene Maria de Lima, da Secretaria de Educação Básica.
Últimas notícias
Especialista dá dicas de como vender mais serviços de clínica de recuperação com estratégias eficazes
Alfredo Gaspar celebra Marco Legal contra o Crime Organizado
Inep antecipa divulgação e gabarito do Enem sai na quarta (19)
Após aprovação na Câmara, Fabio Costa afirma que PL Anticrime marca avanço contra a impunidade
Teca Nelma cobra esclarecimentos sobre impacto da liquidação do Banco Master na aposentadoria dos servidores
Empresa é condenada a indenizar ex-funcionária por proibir uso de tranças afro em Maceió
Vídeos e noticias mais lidas
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Família de Nádia Tamyres contesta versão da médica e diz que crime foi premeditado
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
