Manifestantes invadem aeroporto de Hong Kong e voos são cancelados
Segundo autoridades, mais de 5 mil pessoas se reuniram no local em protesto contra o governo
Mais de 5 mil manifestantes se reuniram nesta segunda-feira (12) no aeroporto de Hong Kong, o oitavo mais movimentado do mundo, onde as autoridades decidiram cancelar todos os voos com pouso e decolagem previstos para o local.
— A informação que recebi antes de chegar era de que no terminal de passageiros do aeroporto havia mais de 5 mil manifestantes — afirmou Kong Wing-cheung, superintendente do departamento de Relações Públicas da polícia local.
Mais cedo, a companhia aérea Cathay Pacific, pressionada pela China, advertiu que seus funcionários poderiam ser demitidos em caso de apoio ou participação em "protestos ilegais" em Hong Kong.
A Direção Geral da Aviação Civil chinesa exigiu da Cathay Pacific, na sexta-feira (9), os nomes dos funcionários de seus voos com destino à China, ou que passem pelo espaço aéreo do país. Pequim afirmou que os funcionários que apoiam o movimento pró-democracia não seriam autorizados aos voos. A companhia aérea informou que atenderia as demandas.
"A Cathay Pacific tem uma política de tolerância zero a respeito de atividades ilegais. Em particular, no contexto atual, existirão consequências disciplinares para os funcionários que apoiem ou participem em protestos ilegais", afirmou a empresa. "As consequências podem ser graves e implicar a rescisão do contrato de trabalho", completa um comunicado.
Há uma semana, uma greve geral convocada por manifestantes antigoverno provocou o cancelamento de diversos voos internacionais. Na ocasião, o governo local alertou para uma "situação muito perigosa" devido aos protestos, que já duram dois meses.
Os protestos começaram depois que o governo local apresentou um projeto de lei — atualmente suspenso — que permitia a extradição de detentos à China continental. Em pouco tempo, no entanto, as manifestações passaram a adotar demandas mais amplas.