Sertão

Campus Batalha usa gêneros provenientes da agricultura familiar na alimentação

Iniciativa pioneira no Ifal será renovada nesse segundo semestre

Por Assessoria 23/08/2019 11h11
Campus Batalha usa gêneros provenientes da agricultura familiar na alimentação
Iniciativa pioneira no Ifal será renovada nesse segundo semestre - Foto: Assessoria

Desde fevereiro de 2019, todas as segundas-feiras, as 7h manhã, o Campus Batalha recebe seus primeiros visitantes. São agricultores, ou empreendedores familiares rurais da região, que levam suas colheitas para o Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Eles chegam carregados de raízes, frutas, legumes, proteínas e produtos lácteos frescos, que compõem o cardápio dos lanches servidos aos estudantes da Unidade.

No Campus, tanto pela manhã, quanto pela tarde, a depender do dia, é possível comer inhame, tapioca, macaxeira, batata-doce, bolos ou pães, servidos com queijo, ovo, galinha caipira, acompanhados de frutas, iogurtes e café com leite. Ao todo, são servidas 131 refeições no turno da manhã e 112 no turno vespertino, todas financiadas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), iniciativa do governo federal que repassa a estados, municípios e escolas federais, valores financeiros de caráter suplementar, para a cobertura de 200 dias letivos das atividades escolares, conforme o número de matriculados em cada rede de ensino. 

Atualmente o Campus Batalha compra os gêneros alimentícios de 30 famílias. A unidade foi pioneira, no Ifal, na utilização do recurso repassado à reitoria e na efetivação do Pnae. Como a inciativa foi bem aceita entre produtores e alunos, o Campus deu início à nova rodada de contratação de agricultores.

“É perceptível a contribuição da alimentação escolar na melhoria da permanência com qualidade dos estudantes no Instituto, bem como a diminuição dos índices de retenção e evasão escolar; esses dados ratificam o quão importante é essa política pública e como contribui para o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e formação de hábitos alimentares saudáveis na vida acadêmica”, detalhou Thaíse.

Para dar continuidade ao programa, na terça-feira, 3, entre as 8h e as 12h, na sede do Campus Batalha, ocorre o credenciamento e entrega de documentos da Chamada Pública, para a aquisição de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural. Se você é agricultor, ou participa de uma cooperativa, confira aqui, como participar do pleito.

A nutricionista e responsável técnica pelo programa na unidade, Thaísa Porto notou que o programa vem trazendo mudança de hábitos entre os alunos. “A alimentação, antes do funcionamento do refeitório, era baseada em alimentos ultraprocessados, que apresentam alta densidade energética e baixo valor nutricional, tais como: refrigerantes, salgados fritos, biscoitos recheados, tortas doces, sanduíches, salgadinhos de pacote, pizzas, alimentos com alto teor de açúcar refinado, sódio, aditivos, gorduras saturadas, trans e oxidadas”, lembra a nutricionista.

Outro ponto destacado pela profissional é que depois do fornecimento de refeições, pelo refeitório do Campus, o número de discentes que lancham nos espaços fora do Campus, caiu consideravelmente.

“Adicionalmente, foi bastante perceptível a redução da demanda de alunos com problemas de saúde, no setor de saúde do Campus, facilitando o desenvolvimento de atividades ligadas ao Programa de Assistência à saúde, que tem como objetivo  a promoção e proteção da saúde”, garante Thaísa.

Desenvolvimento local

A profissional ressalta que de acordo com o Pnae, 30% do valor repassado pelo Governo Federal deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar, para estimular o desenvolvimento econômico e sustentável das comunidades.

“Porém, no Campus Batalha, 100% do recurso, é investido na compra de gêneros alimentícios dos agricultores familiares e/ou de empreendedores familiares rurais, ou suas organizações, visando respeitar a lógica de medida que promove a inclusão de alimentos produzidos perto das escolas, estimulando circuitos curtos de comercialização e o desenvolvimento local e sustentável das comunidades”, explicou a nutricionista.