Saúde

Memória perdida por Alzheimer é recuperada com chapéu magnético

O chapéu magnético conseguiu reverter um ano de memória perdida em apenas dois meses

Por Agoramt 24/09/2019 10h10
Memória perdida por Alzheimer é recuperada com chapéu magnético
Memória perdida por Alzheimer é recuperada com chapéu magnético - Foto: Journal of Alzheimer’s Disease

Neurocientistas americanos da NeuroEM Therapeutics, em Phoenix, EUA, conseguiram reverter a perda de memória provocada pela doença de Alzheimer com a utilização de um chapéu com ondas eletromagnéticas.

Em um pequeno estudo-piloto, realizado com apenas oito voluntários, o chapéu magnético conseguiu reverter um ano de memória perdida em apenas dois meses.

Os pacientes, que sofrem de doença de Alzheimer, de leve a moderada, receberam um chapéu MemorEM, que utiliza emissores criados especialmente para gerar um fluxo específico de ondas eletromagnéticas através do crânio.

Os pesquisadores observaram “desempenho cognitivo aprimorado” em sete dos oito voluntários na pesquisa.

O tratamento foi realizado duas vezes por dia, durante o período de uma hora, e são muito simples de administrar em casa.

O estudo foi publicad no Journal of Alzheimer’s Disease mostrando alguns resultados, que precisam de mais pesquisas.

Memória restaurada

“Talvez a melhor indicação de que os dois meses de tratamento tenham um efeito clinicamente importante nos pacientes com DA [doença de Alzheimer] neste estudo seja que nenhum dos pacientes quis devolver o dispositivo de cabeça ao Instituto da Universidade do Sul da Flórida / Byrd Alzheimer após o estudo ser concluído”, diz o biólogo Gary Arendash, CEO da NeuroEM Therapeutics.

Segundo ele, um paciente disse: “Voltei”.

O chapéu

O equipamento MemorEM, criado pela NeuroEM Therapeutics, está sendo desenvolvido por dois cientistas que são os fundadores da empresa.

O estudo tem como base pesquisas anteriores desta mesma equipe, que havia se concentrado em roedores, o que demonstrou que o chapéu eletromagnético transcraniano chamado TEMT, na sigla em inglês, seria capaz de proteger o cérebro contra a perda de memória, ou até mesmo reverter perda anterior em ratos mais velhos.

Com base nas evidências já alcançadas, o TEMT parece capaz de deteriorar as proteínas amilóide-beta tóxicas e também as proteínas tau que foram tem forte relação com o Alzheimer: as ondas parecem ser capazes de desestabilizar as ligações fracas de hidrogênio que mantêm os aminoácidos unidos.

Aparentemente essas proteínas entopem o cérebro destruindo e sufocando os neurônios necessários para manutenção das memórias, gerar fala à partir de pensamentos entre outros processos cognitivos fundamentais para nosso funcionamento.

A partir de uma série de testes cognitivos, criados para medir o nível de demência, a influência das ondas eletromagnéticas foi vista como “grande e clinicamente importante”.

Um ano de memória recuperada

A escala medida do ADAS-Cog varia entre uma média de cinco pontos para alguém sem Alzheimer, para uma média de 31 pontos para quem sofre da Doença e o estudo observou uma mudança positiva na média que foi de mais de quatro pontos em sete dos oito voluntários.

Esse nível de mudança, de quatro pontos, corresponde a uma redução cognitiva de mais de um ano em pacientes com Alzheimer.

Portanto equivaleu a um ano do impacto negativo da doença de Alzheimer na memória e pensamento revertido. Isso no espaço de dois meses de testes.

Sem efeito colaterais

O estudo também demonstrou que nenhum dos participantes pareceu sofrer efeitos colaterais ou quaisquer danos no cérebro que causados pelo tratamento com ondas eletromagnéticas.

A próxima empreitada seria um estudo bem maior, envolvendo mais pacientes com doença de Alzheimer.

A empresa está planejando um estudo envolvendo 150 voluntários para este ano. Se esse ele demonstrar que o tratamento TEMT tem eficácia e é seguro, poderá alcançar aprovação regulatória para comercialização do equipamento.

“Esses resultados fornecem evidências preliminares de que a administração do TEMT avaliada neste pequeno estudo de DA pode ter a capacidade de melhorar o desempenho cognitivo em pacientes com doença leve a moderada”, disse Amanda Smith, neurocientista da Universidade do Sul da Flórida (EUA).

Com informações do Hypescience/Science Alert