Arapiraca

ASA: paixão do arapiraquense em quase 70 anos de existência

Conheça a história do time de futebol que une gerações em Arapiraca

Por 7 Segundos 30/10/2019 07h07
ASA: paixão do arapiraquense em quase 70 anos de existência
Elenco do ASA na década de 1970 - Foto: arquivo

Arapiraca, em sua tragetória desde a emancipação política - há exatos 95 anos atrás - até hoje, formou uma sociedade heterogênea: seja ideológica, política, econômica e religiosa. Poucas coisas são capazes de unir os arapiraquenses como o ASA, time de futebol que já foi motivo de lágrimas e de comemorações homéricas na cidade. Por conta disso, a Agremiação Sportiva Arapiraquense não podia ficar de fora da série de reportagens comemorativas preparadas pelo 7Segundos sobre o aniversário do município.

A própria trajetória do ASA se confunde com a história de Arapiraca. O clube surgiu em 1951 quando a estrada de ferro estava sendo construída em Arapiraca. Naquele ano, a prefeitura era comandada pelo prefeito Coaracy da Mata Fonseca, nome do estádio onde o alvinegro tem mando de jogo. Com a conclusão da ferrovia, o time acabou, mas deixou um vazio na sociedade daquela época. 

Assim, no dia 25 de setembro de 1952, surgiu a Associação Sportiva de Arapiraca (ASA), que teve como primeiro presidente Antônio Pereira Rocha, pai da ex-prefeita Célia Rocha. O hino oficial teve a letra escrita pelo professor Pedro de França Reis e melodia do maestro Jovelino Lima. A versão oficial foi gravada na voz do cantor pernambucano Claudionor Germano. 

                                   

Em 1953 disputou seu primeiro campeonato alagoano. O regulamento da competição determinava que o campeão da capital decidiria com o campeão do interior. O ASA, bravamente, venceu o campeonato do interior. O campeão da capital, Ferroviário, no entanto, recusou-se a disputar as partidas finais. A Federação Alagoana de Futebol proclamou o ASA campeão alagoano de 1953 em ato publicado na Gazeta de Alagoas do dia 7 de abril de 1954. O titulo, no entanto,  só foi confirmado 40 aons depois, após um trabalho árduo do professor e advogado José Pereira Neto, com apoio do historiador Lauthenay Perdigão. 

Na década de 60 o ASA ficou conhecido como “Fantasma das Alagoas” em razão das suas brilhantes excursões pelo Nordeste brasileiro, desbancando times da região. Teve até o craque Mané Garrincha vestindo sua camisa gloriosa, numa amistoso disputado em 1973.

Em 1977 mudou de nome: deixou de ser associação e passou a Agremiação Sportiva Arapiraquense. A mudança parece ter dado sorte. Tanto que dois anos depois fez uma excelente participação no Campeonato Brasileiro, chegando a segunda fase da competição. 

                                                              

As listras brancas e pretas do uniforme por um breve período passaram a incluir também a cor verde, em 1982. Na época, Arapiraca vivia o apogeu da cultura fumageira e a intenção era representar o verde das lavouras de fumo no uniforme. Mas isso não durou muito. O alvinegro tradicional voltou para a alegria dos torcedores mais puristas.

O clube chegou a passar 47 anos sem vencer um campeonato, mas mesmo assim se manteve nos corações patrióticos dos arapiraquenses. Mas, para a alegria de todos os moradores de Arapiraca tudo mudou no ano 2000, quando sagrou-se campeão alagoano, e conquistando o título novamente no ano seguinte. 

Em 2002, o ASA passou por uma de suas melhores fases. Foi aplaudido pela imprensa nacional ao eliminar o poderoso Palmeiras na primeira fase da Copa do Brasil, vitória que é lembrada com desagrado pelos torcedores palmeirenses até hoje. Nesta competição eliminou outros grandes, a exemplo do Vitória (BA) e Coritiba (PR).

Voltou a ser campeão alagoano em 2003; chegou a mais titulo estadual em 2005, no mesmo período em que venceu também a Copa Alagipe. Em 2009 fez uma grande temporada: Campeão Alagoano e vice-campeão Brasileiro da Serie C, depois de conseguir um acesso dramático à Série B, em um empate por 2x2, diante do Rio Branco- em plena Arena da Floresta. Jogo que ficou conhecido como batalha do Acre. Seu último titulo estadual foi em 2011. 

Neste período foi comandado por José Luiz Mauro, o conhecido Vica, o treinador que ficou mais tempo na equipe. Um período onde surgiram nomes que se destacaram, a exemplo do goleiro Gilson; meia Didira; volantes Cal e Jorginho; lateral/meia Thalysson e Caique Valdivia. 
Além dos artilheiros Serginho Bola na Rede, Moisés (de Lima Neto), Júnior Viçosa, Lúcio Maranhão, Léo Gamalho entre tantos outros nomes. Mas o maior artilheiro da história do clube foi Freitas Nascimento. 

A partir de 2013, o ciclo de vitórias foi quebrado. Naquele ano ainda chegou a ser campeão da Copa do Nordeste, que deu o título para o Campinense (PB). Mas a partir de então, amargou rebaixamentos: da série B para a série C e, posteriormente para a série D.

Presidentes 

O presidente que ficou mais tempo no comando do clube, somando todas as suas passagens, foi o empresário Paulo Tenório, que faleceu no dia 10 de março de 2012, aos 71 anos. O médico Luciano Machado, por sua vez, ficou na história do clube porque foi na sua gestão que ocorreram as conquistas dos títulos de 2000/2001 e a eliminação do Palmeiras (SP).

Muitas pessoas da sociedade já se colocaram à disposição e presidiram o ASA. Como por exemplo: Antônio Pereira, Júlio Silva, Dijacir Barbosa, Sylvio Rodrigues, Moacir Teófilo, Rogério Teófilo e Jurandir Vieira Leite ( junta diretiva), Manoel Benedito  da Silva (Sr. Neco), João Laranjeira, Alonso de Abreu Pereira, João Luís Gomes, Luiz Alfredo, José Joaquim, José Mota, Narciso Lúcio, Francisco Pereira Tavares, Bertino Mendonça, Geraldo de Lima Silva, Aurelino Ferreira Barbosa, Reginaldo José da Silva, Demuriez Leão, Severino Pereira, Sebastião Cândido, Noel Alves ( Noel da Catol), José Caçula, Jadelson Vital, , Zezinho Nascimento, José de Oliveira Barbosa, Clarindo Lopes, os atuais vereadores Jairo Barros e Edvânio do Zé Baixinho, Nelson Filho, Celso Marcos, Jotinha Alexandre, José dos Santos Oliveira ( Zé da Danco) e  Bruno Euclides. 

Moisés Machado preside o ASA e já está trabalhando a equipe para 2020. O nome anunciado para o comando técnico foi Evandro Guimarães. Em sua passagem anterior, o alvinegro conquistou o titulo de 2003.