Crianças Tingui-Botó estudam em salas de antigo posto de saúde na aldeia em Feira Grande
Lideranças aguardam há 17 anos que Estado faça reforma em escola da comunidade

Trinta e oito crianças da aldeia Tingui-Botó, no município de Feira Grande, estão estudando em salas de aula improvisadas no antigo posto de saúde, que foi desativado após a construção de um novo na comunidade. Há seis meses, as lideranças indígenas passaram a proibir que pessoas circulem no imóvel onde a escola funcionava.
"Tivemos que tirar as crianças de dentro da escola porque estava realmente caindo aos pedaços e tivemos que colocá-las para assistir aulas no postinho velho, que está todo rachado e insalubre. A ordem das lideranças é para não andar perto da escola, porque pode cair a qualquer momento", afirmou Marcelo Tingui-Botó, explicando que mesmo assim, a comunidade continua mantendo a limpeza no imóvel, "para não ficar abandonado", justifica.
Segundo ele, a precariedade da estrutura física da Escola Estadual Indígena Tingui-Botó é motivo de preocupação na aldeia há 17 anos e, apesar de várias promessas, a reforma nunca aconteceu. O indígena conta que algum tempo atrás, engenheiros da Secretaria de Estado da Educação fizeram uma vistoria na escola e a comunidade ficou esperançosa, mas os prazos não foram cumpridos.
"No dia 24 de outubro houve uma reunião com Luciano Barbosa [secretário estadual de Educação] para tratar da nossa e de outras escolas, porque outras aldeias estão na mesma situação e, em algumas, sequer foi construída escola. Na reunião, estipularam que entre outubro e novembro as obras começariam, mas até agora, nada", disse.
As 38 crianças da comunidade indígena estudam em turmas multiseriadas, em que alunos de séries diferentes dividem o mesmo espaço de sala de aula e a professora se desdobra para dar o conteúdo para cada grupo de alunos. Pela manhã funcionam duas salas, uma dividida entre alunos do Ensino Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental, e outra pelos alunos do 4º e 5º ano Fundamental. À tarde funciona mais uma turma, do 2º e 3º anos.
"Nós já mandamos vários ofícios para a 5ª Gere [Gerência Regional de Educação], pedindo que providências sejam tomadas. Também já mandamos ofício para o Ministério Pùblico Federal, relatando o descaso.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação e perguntou sobre a situação da escola Tingui-Botó. Eles encaminharam a seguinte nota, reproduzida na íntegra:
"A Seduc informa que as obras vão acontecer. O Estado já reformou 5 escolas indígenas, construiu outras 2 escolas indígenas e tem uma obra em andamento em Palmeira dos Índios".
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