Ex-aliados desabam nas redes após embate com Bolsonaros
Ex-aliados de Bolsonaro tiveram queda no índice de popularidade

Entrar em choque com o presidente Jair Bolsonaro parece ser fatal, ao menos nas redes sociais. A deputada Joice Hasselmann (PSL) e os governadores João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ) são grandes exemplos disso, aponta índice de popularidade digital feito pela consultoria Quaest.
A empresa analisa o desempenho digital de figuras públicas no Facebook, no Instagram e no Twitter.
Enquanto eram aliados a Bolsonaro, Joice, Doria e Witzel chegaram a ser líderes no índice em seus grupos (deputados federais e governadores, respectivamente). Após o rompimento, ambos desabaram no levantamento.
"A rede montada organicamente pela família Bolsonaro, entre 2014 e 2018, faz com que eles tenham alta capacidade de mobilização e engajamento. Rompimentos políticos com eles têm sido traduzidos, nas redes, em retração da influência digital", afirma Felipe Nunes, diretor da Quaest e professor de ciência política da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
"Geralmente perde quem bate de frente com eles, pois eles deixam de ter o apoio digital da rede montada pelo clã Bolsonarista e que tem grande capilaridade nacional", completou.
Além disso, Joice, Doria e Witzel passaram a ser criticados abertamente na rede por pessoas próximas ao presidente, a exemplo de seu filho Eduardo.
Ferrenha apoiadora de Bolsonaro na campanha eleitoral e líder do governo na Câmara, Joice dividia a liderança de popularidade digital entre deputados federais paulistas com o então aliado Eduardo Bolsonaro.
Próximo ao meio do ano, porém, ela se aproximou do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem buscado se distanciar do presidente (ainda que o tucano tenha sido eleito pregando o voto "Bolsodoria").
Em setembro, Bolsonaro criticou a sua então líder do governo na Câmara, em entrevista à Folha de S.Paulo. "Joice está com um pé em cada canoa", disse Bolsonaro.
Naquele mês, Joice teve queda de 13% no índice de popularidade feito pela consultoria -ela vinha crescendo desde junho. Os embates entre Joice e os Bolsonaro seguiram, e o índice da deputada não parou de cair, chegando em novembro ao patamar mais baixo do ano.
Doria também perdeu popularidade digital após começar a se distanciar do presidente. O tucano chegou a ser o governador com a maior popularidade, em 1º de junho, mas teve queda de quase 40% no índice dois meses depois (foi de 61 para 39 pontos, em escala que vai a 100).
A queda coincide com o momento que o tucano passou a deixar mais claro o seu distanciamento em relação a Bolsonaro. Em junho, Doria defendeu publicamente ser contra um alinhamento automático com Bolsonaro.
Movimento semelhante aconteceu com o governador fluminense, Wilson Witzel. Em, agosto e setembro, ele foi o gestor estadual com melhor popularidade nas redes sociais, segundo o índice.
Witzel também se elegeu apoiando o então candidato Bolsonaro e manteve alinhamento até meados deste ano. Em setembro, porém, passou a se colocar enfaticamente como possível candidato a presidente em 2022.
Após esse movimento, Witzel passou também a ser criticado por Bolsonaro e seu entorno. O presidente tem dito que a polícia do Rio, sob comando de Witzel, tem perseguido o senador Flávio Bolsonaro na investigação sobre "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio quando era deputado estadual.
Witzel, então, desabou no índice de popularidade digital, ficando em novembro apenas como o 9º governador com maior popularidade.
A liderança parece ter relação com a polarização em âmbito nacional. O primeiro colocado entre os governadores é Ronaldo Caiado (DEM-GO), um grande defensor de Bolsonaro.
Em segundo entre os governadores aparece Rui Costa (PT-BA), que se posiciona como um grande aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) -ainda que, recentemente, tenha cobrado de Lula um discurso menos agressivo.
O levantamento feito pela consultoria Quaest considera cinco dimensões: fama dos personagens públicos (quantos seguidores); engajamento (comentários por postagem); mobilização (compartilhamento das postagens); valência (reações positivas/negativas às postagens); e presença (quantas redes sociais a pessoa está ativa).
Modelo estatístico pondera e calcula a importância de cada dimensão; os personagens analisados são, então, colocados numa escala de 0 a 100.
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