Ex-policial é julgado em Arapiraca por assassinato de Edler Lira
Irmã de vítima afirma que família ficou desestruturada após o crime
O ex-policial civil Jadielson dos Santos Nunes está sendo julgado, nesta quinta-feira (06), pelo assassinato de Edler Lira dos Santos. O homicídio aconteceu no dia 18 de junho de 2008 em um posto de combustíveis no município de Coité do Noia, onde a vítima trabalhava como gerente.
O júri popular está sendo conduzido pelo juiz da 8ª Vara Criminal Geneir Marques de Carvalho Filho e acontece no Fórum de Arapiraca. Antes do início da sessão, a defesa do ex-policial tentou proibir a participação de um advogado contratado pela família de Edler Lira para atuar como assistente de acusação, mas o magistrado não acatou o pedido de impugnação.
A família de Edler Lira está, em peso, acompanhando o julgamento e apesar do sofrimento em rememorar a morte da vítima, espera que a justiça seja feita para possam reencontrar a paz.
"Hoje estamos revivendo todo o sofrimento que passamos durante esses anos, é como se tivesse acabado de acontecer. Meu irmão foi cruelmente assassinado, sem ao menos ter a chance de se defender. Nós temos convicção, com base em todos os laudos que foram produzidos nas investigações de que a pessoa que está sentada no banco dos réus foi contratada e assassinou o meu irmão. Esperamos hoje que a justiça dos homens seja feita, para então a gente tentar encontrar a paz", afirmou Edvânia Lira, uma das irmãs da vítima.
Outra irmã, Micheline Lira, conta que mesmo hoje, quase doze anos após a morte de Edler Lira, a família ainda se sente ameaçada. "A gente espera que Deus conduza este momento e que a justiça dos homens seja feita. Não temos nenhuma dúvida de que esse homem um dos responsáveis pela morte do meu irmão, que deixou uma lacuna enorme no nosso seio famuliar, que jamais será preenchida. Aquele que está lá, no banco dos réus, será uma ameaça a todos nós se ele sair livre desse julgamento. Isso não pode acontecer, existem muitas provas de que ele matou meu irmão e recebeu como pagamento um toca CD. Ele é uma ameaça à sociedade", declarou.
Edler Lira foi executado a tiros no momento em que chegava para trabalhar no posto de combustíveis, localizado na rodovia AL-110. As filmagens das câmeras de segurança mostram dois homens chegando ao estabelecimento em uma motocicleta. Um deles aponta uma arma para um frentista enquanto o segundo se dirige para a vítima e atira várias vezes na direção dela. Em seguida, o outro também se aproxima da vítima, que já estava caída, e efetua mais disparos. Em seguida a dupla foge.
Durante as investigações sobre o homicídio, os autores do crime foram identificados como Antônio Ananias dos Santos e o então policial civil Jadielson dos Santos Nunes. Durante a fuga do local do crime, eles chegaram a ser abordados por policiais militares que se dirigiam para o local do crime, mas foram liberados após Jadielson se identificar como policial.
Conforme o inquérito policial, Antônio Ananias contratou o policial para executar o crime com ele e teria efetuado pagamento de R$ 1 mil e um aparelho de som ao cúmplice. A motivação do crime teria sido vingança em decorrência de uma rixa entre ele e a vítima, ocorrida em 1998, motivada pelo empréstimo de um veículo.
Edler Lira teria emprestado uma motocicleta para o cunhado de Antônio Ananias, que devolveu o veículo com avarias após se envolver em um acidente. A vítima exigiu que fosse efetuado o pagamento do conserto da motocicleta e Antônio Ananias esteve na residência dele, fez ameaças e chegou a efetuar um disparo de arma de fogo. O caso chegou ao conhecimento da polícia e o acusado foi preso por porte de arma, mas respondeu pelo crime em liberdade.
No decorrer das investigações, a dupla chegou a cumprir prisão preventiva, mas depois foram liberados para responder pelo crime em liberdade. "A gente passou a ter medo de sair de casa. Teve uma vez que minha irmã e eu encontramos com o mandante do crime na rua e chegamos em casa apavoradas. Essa sensação de perseguição acabou atingindo meu pai, que sofreu um infarto e faleceu", relata Michele Lira.
Antônio Ananias morreu em junho do ano passado, durante um confronto com a polícia após um assalto a um posto do Banco do Brasíl em Pindorama, município de Coruripe. No veículo dele, a polícia encontrou corrente de grampos, que são utilizadas para evitar pserguições policiais e roupas camufladas que foram usadas no assalto.
O ex-policial Jadielson dos Santos sentou no banco dos réus após outras três tentativas de julgamento, que foram suspensas em decorrência de recursos judiciais.
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