Após 15 anos, trabalhadores sem terra podem ser despejados de acampamento no Agreste
45 famílias vivem da agricultura de subsistência como feijão, milho e macaxeira
As 45 famílias que vivem há 15 anos no Acampamento Mandacaru, antiga Fazenda Salgadinho, em Girau do Ponciano, no Agreste de Alagoas, estão sob ameaça de despejo. Mesmo após várias tentativas de negociação da área, tanto via Governo Federal, através do INCRA, quanto através do Governo do Estado, o Tribunal de Justiça de Alagoas determinou a reintegração de posse que deve ocorrer nesta quinta-feira (13).
A área que é coordenada pelo MST existe há 15 anos, onde as famílias sobrevivem principalmente da produção de feijão, de palma e da criação de pequenos animais. Além disso, funciona no acampamento, uma escola de jovens e adultos que atende parte das famílias acampadas no território.
Segundo a coordenação do Movimento, as diversas medidas jurídicas para suspender a ação de despejo das famílias não foram atendidas.
“Ao longo desses 15 anos já tivemos várias tentativas de negociação nessa área para que as famílias que ali vivem pudessem ter seu pedaço de terra para trabalhar e sobreviver. Hoje são famílias que estão ameaçadas de perder tudo que construíram na luta pela terra nesses últimos 15 anos. A sobrevivência dessas famílias está ameaçada”, explicou Margarida da Silva, da Direção Nacional do MST.
De acordo com Margarida, o Movimento segue na disposição de resistir e de defender a área onde hoje existe o acampamento. “Defender essa área é defender a luta pela terra e pela Reforma Agrária em Alagoas. Seguiremos firmes, denunciando as arbitrariedades da justiça em nosso estado que só funciona para penalizar os trabalhadores e trabalhadoras”, finalizou