Coronavírus propaga gestos de gentileza entre advogadas e dá exemplo em Arapiraca
Mulheres se colocaram à disposição para ajudar colegas que estão em grupo de risco

Em tempos de coronavírus e de recomendações para que pessoas com mais de 60 anos ou que integram o chamado grupo de risco - diabéticos, hipertensos, e portadores de doença respiratória crônica, insuficiência renal crônica e doença cardiovascular - evitem sair de casa e redobrem os cuidados preventivos, algumas pessoas mostram que o "ninguém solta a mão de ninguém", continuam valendo, mesmo mantendo o distanciamento social.
Durante conversa sobre a Covid-19 em um grupo de whatsapp que reúne advogadas de Arapiraca, algumas profissionais demonstraram preocupação com a doença por fazerem parte do grupo de risco, e espontaneamente, colegas de profissão e a Comissão da Mulher Advogada da OAB/Arapiraca se colocaram à disposição para fazer compras de supermercado e fazer outras coisas que só podem ser feitas fora de casa no lugar das demais.
"Algumas colegas advogadas estão neste grupo de risco devido a doenças pré-existentes e, nestes casos, pode ser fatal. Se eu, que pelo que sei, não tenho nenhuma doença que me coloca no grupo de risco, já tomo uma série de precauções, essas pessoas precisam ter cuidado redobrado. E não custa nada ir ao supermercado ou padaria para as colegas. Essa atitude serve de exemplo: se conhece alguém que não deve sair de casa, se ofereça para ajudá-la", afirma a presidente da Comissão, Cristiane Lúcio Pires. A partir daí, a Comissão resolveu dar início a uma campanha nas redes sociais informando que voluntárias estão disponíveis para a realização de tarefas como or ao mercado, farmácias ou acompnhar em consultas médicas.
Além dela, as advogadas Cárbia Cristine, Paula Tainá e Irenny Karla também se colocaram à disposição das colegas. A iniciativa solidária, de acordo com elas, além de fazer bem às amigas que não devem sair de casa, faz bem a elas próprias. "Atitudes como esta são importantes porque, ao ajudar o próximo, estou me ajudando também. Eu me sinto bem sabendo que estou fazendo algo útil para outra pessoa e também é algo ocupa a minha mente. Neste momento de incertezas que estamos vivendo, a melhor coisa a fazer é nos ocuparmos com algo positivo", afirmou Irenny Karla.
A "corrente do bem", de acordo com as advogadas, não precisa e não deve ficar restrita. Qualquer pessoa pode replicar no meio onde vive. "Estou fazendo isso também em outros grupos, da família, de pessoas com quem tenho convivência. Tenho buscado informações sobre a Covid-19 e fiquei muito preocupada porque as cidades não estão preparadas para lidar com um grande número de doentes que precisam de internação hospitalar. Por isso também nos grupos de família e com outras pessoas com quem tenho convivência, também me coloquei à disposição. Todas as pessoas jovens e saudáveis deveriam fazer o mesmo", declarou Cristiane Lúcio.
Desde o início da semana, quando os órgãos do judiciário e também do município e Estado passaram a adotar medidas para conter a transmissão da Covid-19, a rotina das advogadas mudou completamente. Além de ter os filhos em casa, passaram a ter preferência por manter contato com os clientes por meio das redes sociais. "Estou indo para o escritório, mas o local é arejado e tenho mantido contato com os clientes mais por whatsapp. No grupo das advogadas, ninguém pediu ajuda por enquanto, acho que as pessoas ainda estão tímidas em pedir ajuda. Mas continuo à disposição de todas. Enquanto isso, tenho feito compras para ajudar a minha mãe, para evitar que ela saia de casa", relata Irenny Karla.
Cristiane Lúcio afirma que também tem tomado uma série de cuidados, para evitar que os filhos, que tiveram as aulas suspensas, tenham contato com o vírus. "Quando chego da rua, vou direto tomar um banho e busco higienizar tudo que trago comigo. As compras de supermercado também são higienizadas assim que chegam em casa", ressaltou.
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