[Vídeo] Procurador aposentado canta em condomínio para aliviar a tensão durante pandemia
Maurício Fernandes está há mais de 65 dias em isolamento social
Como diz o velho ditado “quem canta seus males espanta”, foi utilizando literalmente essa máxima popular que o advogado e procurador municipal aposentado, Maurício Fernandes dos Santos, 71 anos, tem passado os últimos dois meses durante o período da quarentena.
Em entrevista por telefone ao Portal 7Segundos, Maurício Fernandes contou que estava começando a ficar emocionalmente abalado devido ao distanciamento físico dos três filhos e sete netos.
Mauricio Fernandes relatou que mora há 11 anos em um condomínio em Arapiraca e apesar de ter a possibilidade de fazer caminhadas até a praça do condomínio, ele e a esposa, Isabel Cristine, já estavam ficando entediados com a monótona rotina há mais de 65 dias sem sair de casa.
“Eu sempre gostei de cantar, e ficava cantarolando dentro de casa, mas de uma forma muito íntima, quieta. Uma noite, após o jantar, eu fui até a calçada de casa e comecei a cantar em um tom mais alto, no modo capela. De repente, os vizinhos começaram a sair de casa, abrir as janelas e aplaudiram a minha iniciativa”, contou Maurício Feranndes.
Desde então, todos os dias, após o jantar, por volta das 19h30, Maurício Fernandes canta músicas que fizeram sucesso durante a Jovem Guarda e que ele tem uma verdadeira paixão por esse estilo musical. A vizinhança não se aproxima da casa do advogado e todos ficam de máscaras em suas calçadas e janelas a espera do “show particular”. Ele informou que tem gente até que toma vinho e fica pedindo “mais uma” quando ele termina de cantar as músicas do repertório.
“Eu escrevo o nome de cinco canções em um papel e sigo o roteiro para não repertir as mesmas interpretações no dia seguinte. Já ofereceram até uma pessoa para tocar violão e me acompanhar nas canções, mas eu prefiro soltar o gogó mesmo”, revelou.
O advogado disse que nesse horário muitos moradores do condomínio estão chegando do trabalho e de outras atividades e ao passarem em frente a casa dele, buzinam, acenam e muitos param o veículo e ficam acompanhando as canções.
”Eu gosto muito de ler a bíblia e creio que o Espírito Santo despertou em mim esse desejo de cantar para os meus vizinhos, mas principalmente para alegrar a minha alma e a da minha esposa”, revelou emocionado Maurício Fernandes.
Mas a vocação de cantar não surgiu nestes tempos de pandemia. O gosto pela música e pelas serenatas vem desde a adolescência.
Na década de 60, o então estudante de Direito, formou um grupo que se apresentava cantando as músicas que estavam nas paradas musicais da Jovem Guarda. Entre os integrantes desse grupo estavam Eraldo Magalhães, José Firmino, Adailton Reis, Valdemir Brandão e tantos outros.
Ele conta que o grupo realizava serenatas na porta dos colegios de Arapiraca, a exemplo do Colégio São Francisco, e também cantava em bares e até em cabares, como o famoso cabaré da Rua 16 que continua em atividade até os dias atuais.
“A gente queria só aproveitar a vida, um bando de amigos que se alguém oferecesse uma cerveja ou um sanduíche a gente já colocava a viola embaixo do braço e ia para qualquer lugar cantar sem nenhum tipo de envolvimento com drogas ou qualquer registro de violência. Era uma vivência sadia, um tempo de ouro que infelizmente não existe mais”, lembrou saudosamente.
“Havia até concurso de calouros da Jovem Guarda em Arapiraca e eram realizados no Cine Trianom e Triunfo. Em 69 e 70 eu ganhei o concurso e fui eleito o “Rei da Jovem Guarda por duas vezes consecutivas. No ano seguinte, o vencedor foi Eraldo Magalhães e até hoje ele é o rei porque não houve mais edição deste concurso”, finalizou com uma espirituosidade ímpar que encanta a todos os arapiraquenses.
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