Os moradores da rua Maria Lima de Araújo, no bairro Cavaco em Arapiraca, estão se unindo para impedir que uma rua adjacente, a Francisca Paula de Jesus seja pavimentada. Um grupo de moradores está atento para que, quando as máquinas chegarem para iniciar a obra, eles se colocarem à frente e impedir.

“Se essa rua for calçada, a rua que a gente mora vai ficar sem escoamento de água e nem de esgoto. Neste período de chuvas, vai acabar alagando. Isso está revoltando a gente”, afirma a moradora Silvaneide de Souza Alves, que denunciou a situação da rua onde mora em suas redes sociais e entrou em contato com o 7Segundos.

Ela se refere à rua Maria Lima de Araújo, que é conhecida também como rua Rafael Torquato. Entre várias ruas do bairro Cavaco que foram contempladas com obras de pavimentação pela prefeitura, essa rua - que tem apenas 200 metros de extensão e fica localizada nos fundos do estabelecimento Vulcap Pneus - é a única que não está no projeto da prefeitura para ser calçada. Das outras cinco ruas que ela faz intercessão, quatro já foram calçadas e está previsto para os próximos dias o início da obra da última rua, a Francisca Paula de Jesus. 

Após a constatação de que continuariam morando em uma rua de terra batida, “ilhados” em meio às demais ruas pavimentadas, os moradores da rua Maria Lima de Araújo foram à prefeitura saber o porquê de as ruas onde moram não será pavimentada. “Eles não deram uma explicação, mas falaram que nos próximos 60 dias as obras na nossa rua irá começar.  Eles não entregaram nenhum documento comprovando isso e se realmente houvesse algum processo para isso, eles teriam como provar. Então a gente acha que eles estão apenas tentando ganhar tempo para calçar a rua Francisca Paula sem que a gente tente impedir”, afirmou Silvaneide Alves.

Segundo ela, caso a prefeitura envie máquinas para iniciar a pavimentação da rua Francisca Paula, os moradores vão usar seus veículos para bloquear a rua e impedir a obra. “Se essa rua for calçada, nós vamos ficar dentro de um buraco, porque a rua calçada deve ficar cerca de 30 centímetros mais alta que a nossa. E a rua que a gente mora vai virar a rua da lama. Vai trazer doenças para a gente, essa água empoçada vai ficar foco de dengue”, reclamou.

De acordo com outra moradora, Lucineide Berenice, quando a prefeitura iniciou a pavimentação das ruas adjacentes o serviço de engenharia do município chegou a fazer medições na rua Maria Lima, e a informar que também seria pavimentada. “Depois disseram que a obra foi tirada daqui para favorecer outra rua. E nós, por que não merecemos ter a rua calçada?”, questionou.

Outro morador, que se identificou como Watson, gravou um vídeo mostrando que, com o calçamento das adjacências, a rua Maria Lima de Araújo ficará em desnível e que isso já está prejudicando os moradores da localidade. Ele afirmou também que não compreende o porquê de a rua ter vários nomes diferentes.

“Moro há 20 anos nesta rua e a gente conhece como Rafael Torquato, que é o mesmo nome que aparece nas contas de água e energia. No IPTU vem Maria Lima de Araújo, no GPS está identificada como Maria Duda e os Correios conhecem por um outro nome diferente desses. Nem uma identidade a gente tem”, declarou.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura e aguarda um posicionamento sobre o caso.