Mãe peregrina por postos de saúde para vacinar o filho em Arapiraca
Por receio de ficar circulando com filho, preferiu pagar por vacina que tem distribuição gratuita
[Atualizada em 19/06, às 10h27]
Após uma semana de tentativas e de várias idas a dois postos de saúde em busca da vacina tríplice viral para o filho de um ano de idade, uma mãe de Arapiraca acabou preferindo pagar pela vacina que é disponibilizada gratuitamente pelo Ministério da Saúde em uma clínica particular.
“Felizmente, o valor não foi tão alto e pude pegar. Fiz isso porque já tinha saído de casa várias vezes com meu filho, indo a locais em que pessoas que estão com coronavírus também circulam. Mas tem muitas pessoas que não tem condições de pagar pela vacina e o jeito é ficar se arriscando, indo de posto em posto sem garantia de que vai conseguir vacinar o filho”, afirmou a mãe da criança, que pediu para não ter o nome divulgado.
Ela conta que, no início da semana passada, foi até o 4 Centro de Saúde, no bairro Itapoã, para que o filho tomasse as quatro vacinas que constam no calendário de vacinação para 12 meses. A criança tomou três das vacinas, mas a pessoa responsável pela vacinas afirmou que a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola), só estaria disponível na quinta-feira, no período da manhã. Como no dia foi feriado de Corpus Christi, somente nesta quinta ela voltou ao Centro de Saúde com o filho.
“Quando informaram que a vacina era pela manhã, pensei que poderia chegar até meio-dia que não teria problema. Cheguei por volta de 11h10 e uma servidora me informou que a vacinação havia se encerrado às 11h. Eu sabia que tinha uma criança na sala de vacinação e, então pedi para que abrissem uma exceção. Ela foi lá dentro e disse que estava tudo certo para meu filho ser vacinado. Então esperamos. A criança saiu da sala, depois entrou um rapaz e ficou um tempo lá dentro e depois saiu. Algum tempo depois, a mesma servidora veio avisar que meu filho não ia ser vacinado porque o funcionário responsável pela vacina havia acabado de fazer o teste para coronavírus e deu positivo”, relatou.
A mãe resolveu, então seguir com o filho para a Unidade Básica de Saúde (UBS) Daniel Houly, localizada no bairro Brasília. Lá, após mais de meia hora de espera, um dos funcionários pediu para conferir a carteira de vacinação da criança e então comunicou que a vacina tríplice viral está em falta. “Nesse período de isolamento social, ficar se deslocando com um bebê de um ano é perigoso, ainda mais para unidades de saúde, onde as chances de ter pessoas contaminadas pelo coronavírus é maior. Não quis ficar me arriscando assim”, afirmou a mãe.
Atualização
A diretora do 4 Centro de Saúde, Fernanda Barbosa Silva, entrou em contato com a redação para se pronunciar sobre o caso. Ela confirmou que a vacina tríplice viral realmente está em falta lá e possivelmente também em outras unidades de saúde do município, entretanto, ela afirmou que a mãe que fez a denúncia "se excedeu" nas informações.
"O 4 Centro não é a unidade de referência para ela, mesmo assim, foi bem recebida e atendida. A vacina que ela precisava realmente está em falta, como deve estar também em outras unidades de saúde do município, mas não temos horário limite para aplicação de vacinas, até porque fazemos parte do programa Saúde na Hora e durante o período em que o Centro de Saúde está aberto, tem vacina. Também não é verídica a informação de que a pessoa responsável pela vacina está com Covid-19. Todos os funcionários do Centro foram testados e os resultados de todos deram negativo", declarou.