Brasil

Polícia e MP fazem operação contra suspeita de desvios na saúde nas gestões Paes e Crivella

Suspeita é que R$ 6,5 milhões tenham sido desviados em favor de ex-controlador da organização social que administra serviços de saúde

Por CNN 23/07/2020 08h08
Polícia e MP fazem operação contra suspeita de desvios na saúde nas gestões Paes e Crivella
O principal alvo da ação é o Iabas, organização social que administra alguns hospitais de campanha - Foto: Reprodução / CNN

O Ministério Público do Rio de Janeiro faz uma operação, na manhã desta quinta-feira (23), no Rio de Janeiro e em São Paulo, na qual investiga desvios de recursos públicos na área da saúde. Os policiais cumprem 5 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão (14 no RJ e 2 em SP) em casas e empresas.

O principal alvo da ação – um desdobramento da Operação Placebo – é o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), organização social que administra alguns hospitais de campanha no país, dentre eles o do Anhembi, para atender pacientes com Covid-19.

A investigação centra-se na antiga gestão do grupo, que teria recebido cerca de R$ 4,3 milhões em recursos públicos entre 2009 e 2019, e não tem relação com a construção dos hospitais de campanha.

O MP afirma que o Iabas arquitetou um “complexo esquema criminoso para a dissimulação do desvio desses recursos, com repasses fraudulentos de verbas para empresas intermediárias prestadoras de serviços”.

Os investigados são suspeitos de desviar mais de R$ 6,2 milhões dos cofres públicos. Eles podem responder pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo o MPRJ, além do Iabas, as empresas Arboreas Consultoria e Execução de Projetos Ambientais, Laboratório de Análises Clínicas Ipanema, Escala X Arquitetura Manutenção e Design, e Real Selection Comércio de Veículos também estão envolvidas no esquema.

Os agentes deixaram a sede do MP por volta das 5h30 e seguiram para o endereço do Iabas, na Vila Mariana, zona sul da capital paulista.

No RJ, os policiais estão no endereço residencial de Eduardo Cruz, ex-controlador do Iabas, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense.

A ação é comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Rio de Janeiro (Gaeco/RJ) e o Departamento Geral de Investigação à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), e conta com o apoio da Polícia Civil de SP.

A Operação Placebo teve como alvo o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e foi um desdobramento da Operação Favorito, que é atrelada à Lava Jato do Rio de Janeiro e investigou empresários em um esquema de superfaturamento de contratos.