Depois de arroz, roupas devem ficar mais caras no país
Preço do algodão sobe 35% em um ano, e há pouco insumo disponível
Depois das altas dos alimentos e da construção civil nos últimos meses, o consumidor pode se deparar em breve
com outro item mais caro no comércio: as roupas.
O preço do algodão subiu no campo, encareceu para a indústria e começa a atingir os produtos têxteis.
As negociações de tecidos para a temporada do outono/inverno de 2021, que começam a ser realizadas agora, já estão sendo feitas em patamares de preços até 40% maiores do que há um ano.
O setor, que praticamente paralisou as atividades no início da pandemia, foi pego de surpresa com a volta dos consumidores às compras. Em julho, por exemplo, segundo o IBGE, as vendas de tecidos, vestuário e calçados subiram 25,2% na comparação com o mês anterior. Em 12 meses, porém, o setor ainda registra queda de 19,7%.
O resultado é que os empresários precisaram ir atrás da matéria-prima num momento de algodão caro, poucos insumos disponíveis no mercado e menos oficinas funcionando, já que parte delas não aguentou o pico da crise e
fechou as portas.
Essa combinação de fatores é atípica para o setor. Apesar da safra recorde, a arroba do algodão pluma subiu 35% em 12 meses até agosto.
Com o dólar a mais de R$ 5, as exportações são mais vantajosas e há menos produto para o mercado interno, reduzindo a quantidade de algodão disponível para a fiação. A fibra responde por 50% a 60% do custo da fiação.
Somente três tinham o produto a pronta-entrega. Os preços do quilo da malha vêm subindo a cada visita. Dos R$ 27 pagos há um mês, o tecido estava oscilando entre R$ 43 e R$ 48 na última semana.