Covid-19: o que se sabe sobre uso de ar-condicionado e risco de contágio
Falta de ventilação natural mantém gotículas contaminadas mais tempo em suspensão
Com a chegada da primavera, o calor aumenta. Os dias mais quentes são um convite para o uso do ar-condicionado, principalmente se o ambiente tiver pouca circulação de ar natural. Mas, com o coronavírus por aí, o aparelho deve ser evitado sempre que possível.
O fato de usar o ar-condicionado não representa risco, mas a falta de circulação de ar aliada a um espaço em que convivem diferentes indivíduos, sim. Ao falar, tossir, espirrar, cantar ou mesmo respirar, as pessoas doentes eliminam gotículas e aerossóis, que ficam suspensos no ar por algum tempo. Em ambientes fechados, com pouca circulação de ar, como os escritórios e as salas de aula, as partículas permanecem mais tempo em suspensão.
A médica infectologista Joana Darc Silva, professora no curso de medicina do UniCeub, lembra que nem sempre os sistemas de ar-condicionado fazem trocas do ar com o ambiente externo. Alguns aparelhos apenas refrigeram o espaço, “reciclando” o ar do ambiente. O expediente faz com que partículas depositadas em superfícies se elevem, aumentando o risco de infecções.
O ideal é manter o ambiente ventilado naturalmente com as janelas abertas. Mas, quando isso não for possível, o aparelho deve ser higienizado adequadamente e os filtros precisam ser trocados com frequência. “Revise com sua empresa se o cronograma de limpeza está sendo cumprido e se os filtros estão sendo trocados segundo a recomendação do fabricante”, sugere a infectologista.
A médica destaca um outro aspecto importante para conter a contaminação: o comportamental. “Evite trabalhar se estiver com sintomas. Mantenha sempre a etiqueta respiratória – cobrindo a boca e o nariz com o antebraço ao tossir – e a higiene das mãos. Também aumente a limpeza de superfícies”, ensina.