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Parentes de reeducandos protestam por retorno de visitas no Presídio do Agreste

Esposas e mães reclamam que, sem visitas a nove meses, têm dificuldade para ter informações de presos

Por 7Segundos 27/11/2020 17h05
Parentes de reeducandos protestam por retorno de visitas no Presídio do Agreste
Manifestação aconteceu na AL-220, próximo à entrada do presídio, em Girau do Ponciano - Foto: Cortesia

Aproximadamente 30 mulheres, jovens e crianças fecharam o trecho da rodovia AL-220 nas proximidades do Presídio do Agreste, em Girau do Ponciano, para protestar contra a suspensão das visitas e a dificuldade em obter informações sobre os reeducandos. As manifestantes reclamam que o retorno das visitas - que estão suspensas desde março em decorrência da pandemia - foi sucessivamente adiado.

"A gente não aguenta mais ser iludida e não saber como estão passando nossos maridos e filhos que estão lá dentro. Isso é desumano", afirmou a esposa de um detido. Ela afirma que houveram várias promessas para a liberação das visitas, que não foram cumpridas. A última delas foi no dia 11 de novembro. "Depois falaram que no dia 15 iriam divulgar um cronograma, mas já se passaram praticamente duas semanas e nada. Não sabemos mais a quem recorrer", ressaltou.

A possibilidade de ocorrência de protestos por parte de familiares de reeducandos foi antecipada no início da semana, após o anúncio da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) da nova data para o reinício das visitas: 11 de dezembro.
Atualmente, não são apenas as medidas de distanciamento social que impedem a retomada das visitas, os agentes penitenciários estão aproveitando o momento para pressionar o Estado para a ampliação do pagamento do Bolsa Qualificação e, para isso, passaram a impedir as visitas em todo o sistema penitenciário e a entrada de cestas básicas no presídio da Capital.

Conforme as manifestantes a suspensão das visitas está chegando ao nono mês e as famílias estão com dificuldade em obter informações sobre os reeducandos. Elas contam que, no começo, recebiam informações por telefone, depois passaram a receber por e-mail e após um período, não conseguem mais qualquer informação.

"Se a gente insiste em ligar, somos maltratadas. Mas somos apenas mulheres que querem saber notícias de seus maridos e mães que estão preocupadas com seus filhos", reclamou.

O protesto foi pacífico, com as mulheres e jovens segurando cartazes. Uma guarnição da Polícia Militar permaneceu no local fazendo o acompanhamento da manifestação.