Nome de Ceci Cunha segue forte no cenário político mesmo 22 anos após seu assassinato

Quem mora em Alagoas conhece bem o nome de Ceci Cunha, deputada federal reeleita em 1998 e assassinada horas após sua diplomação. Em Arapiraca, seu nome 'dá vida' a diversos logradouros e prédios públicos, a exemplo da Avenida Deputada Ceci Cunha, do Parque Municipal Ceci Cunha e do Memorial da Mulher.
Mesmo 22 anos após sua morte, seu nome segue forte no cenário político de Arapiraca, de Alagoas e do Brasil. Se estivesse viva, Josefa Santos Cunha, a Ceci, teria 71 anos. Nascida em Feira Grande, mas com o coração arapiraquense, Ceci Cunha chegou a trabalhar como professora, mas foi na Medicina onde ela se encantou com o cuidado ao próximo.
Formou-se na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e fez residência médica em obstetrícia, no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro.
Casada com Juvenal Cunha, Ceci teve dois filhos, Adriana e Rodrigo Cunha, que seguiu a trajetória política da mãe, ocupando atualmente o cargo de senador da república.

Para o senador Rodrigo Cunha, sua mãe é seu maior referencial de vida pública. "A vida acabou me levando para a política, e eu acredito que eu tenho uma missão. Vou seguir o exemplo da minha mãe. Via dentro de casa que a política era feita para fazer o bem. Minha mãe é o meu referencial de vida e de atuação na vida pública", disse o senador da república durante entrevista concedida ao Portal 7 Segundos em 2016.
Ceci na Política
Em 1988, Ceci deu início a sua vida pública, participando do processo eleitoral daquele ano e sendo eleita, com a maior votação proporcional, vereadora por Arapiraca, cargo que ocupou até 1994, quando deixou a Câmara Municipal para se candidatar ao cargo de deputada federal.
Uma frase repetida por Ceci Cunha exemplifica o desejo que ela tinha de ajudar aos mais necessitados. "Como médica, poderia ajudar muita gente. Como política, sei que ajudarei muito mais", afirmava Ceci.
Ceci entrou para a história política de Alagoas, como sendo a primeira mulher a ocupar uma vaga na bancada alagoana da Câmara Federal. Durante seu mandato, conquistou recursos para Arapiraca, graças a um trabalho primoroso de articulação política.
Em 1998 foi reeleita deputada federal, com mais de 55 mil votos.

Durante seu discurso na cerimônia de diplomação, Ceci Cunha disse que "feliz do homem que sabe conviver com a vontade do povo, tornando-se, em toda a sua plenitude, um homem de Deus e um homem digno".
Momentos após a diplomação, Ceci Cunha e outros três familiares foram executadas a tiros, numa das maiores chacinas já registradas no estado de Alagoas.
Além da deputada, também foram mortos seu marido, Juvenal Cunha, seu cunhado, Iran Carlos Maranhão, e a mãe dele, Ítala Maranhão.
De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), o crime foi planejado pelo também médico Talvane Albuquerque, que não se conformou em não ser eleito e acabou como primeiro suplente de deputado.
Talvane chegou a tomar posse na Câmara Federal em fevereiro de 1999, mas seu mandato foi cassado no dia 8 de abril por quebra de decoro parlamentar.
O caso foi julgado em janeiro de 2012, e o ex-deputado foi condenado a 103 anos e quatro meses de reclusão como autor intelectual. Além dele, outros quatro homens também foram condenados pela participação no crime.

Ceci Cunha dará nome a anexo da Câmara Federa
Nome importante no cenário político nacional, Ceci Cunha dará nome ao Anexo II do Plenário 2 da Câmara dos Deputados.
O Projeto de Resolução n° 71/2020, de autoria da deputada federal Professora Dorinha (DEM-TO), foi aprovado no último dia 10 de dezembro, e ressalta a garra de Ceci Cunha, como a primeira mulher alagoana a ser eleita para o parlamento federal.
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