Pfizer não abre mão de que responsabilidade por efeitos da vacina seja do Brasil
A Pfizer fez a primeira proposta ao Ministério da Saúde em junho de 2020 e o governo desdenhou
A farmacêutica Pfizer não fechará negócios com o Ministério da Saúde se o governo brasileiro não aceitar assumir a responsabilidade por eventuais efeitos colaterais da vacina.
De acordo com o senador Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP), que esteve reunido com a empresa, na manhã desta segunda-feira (22), o imunizante está sendo usado em 69 países e houve problemas com a responsabilidade em poucos como, por exemplo, o Brasil, a Venezuela e a Argentina.
O parlamentar foi até a Residência Oficial do Senado para participar do encontro virtual com a Pfizer, a Johnson & Johnson e outros órgãos, que estão discutindo contratos de vacinas no mundo, que foi conduzia pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
“Não é mais questão de polêmica ou queda de braço com o governo federal. Nós queremos ter diálogo. (...) não estamos propondo a supressão da Anvisa. Mas a Pfizer fez a primeira proposta ao Ministério da Saúde em junho de 2020”, afirmou Randolfe depois da reunião.
Nesta semana, a Medida Provisória 1026/2021 deve ser votada na Câmara dos Deputados. O texto original é do governo federal, mas, no Congresso, surgiu uma emenda que propõe que o Brasil assuma a responsabilidade dos efeitos que possam surgir. Depois que a Câmara aprovar, o Senado precisa deliberar e, depois, vai à sanção presidencial.
“Não é possível que o Chile tenha conseguido vacinar 10% da sua população e o Brasil só 2,5%, vivendo um apagão de vacinas. A Pfizer tentou fazer negócios em junho do ano passado e até hoje o MS não desfez os entraves. O Congresso só quer ajudar”, explicou Randolfe, antes da reunião.
O senador também disse que o presidente do Senado ia se encontrar com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ainda nesta segunda-feira (22). E que o Congresso deve criar um Projeto de Lei, “mais pronto, mais completo, que conte com um tribunal de arbitragem, sem embargo e sem prejuízo de se socorrer ao STF. É um projeto mais detalhado, que não é possível ter numa MP. A MP é mais urgente, mais o PL vai ajudar no futuro”.