Brasil chega a mais de 250 mil mortes por coronavírus
Até a publicação desta reportagem, o presidente Jair Bolsonaro não havia se pronunciado sobre a marca atingida.

O Brasil atingiu nesta 5ª feira (25.fev.2021) a marca de mais de 250 mil mortes por covid-19. Foram 251.498 óbitos registrados desde o começo da pandemia, segundo dados do Ministério da Saúde.
Até a publicação desta reportagem, o presidente Jair Bolsonaro não havia se pronunciado sobre a marca atingida.
O Brasil é o 23º país com mais mortes por milhão. Em 31 de outubro de 2020, ocupava o 4º lugar.
Leonardo Weissmann, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, afirma que o número de mortos pela covid-19 no Brasil é bastante elevado, mas pode ser ainda maior, se for considerada a subnotificação de casos e de óbitos.
“A situação no país hoje é crítica, por conta da falta de planejamento de ações governamentais e por conta da própria população. Grande parte das pessoas não respeita as restrições. Falta uma política para conter a pandemia, não existe comunicação entre os níveis de governo nacional, estadual, municipal”, diz.
O médico afirma que as pessoas perderam o medo do vírus. “Falta lideranças eficazes e comunicação entre os níveis de governo. Como cada um fala uma coisa, a população deixou de acreditar na pandemia. O vírus está aí circulando com força total e não está se importando com o que as pessoas estão achando ou deixando de achar. O vírus circula e faz a parte dele, que é deixar mais gente doente e mais gente morrendo”, declara.
Para Weissmann, a vacinação é uma “luz no fim do túnel”, mas é preciso uma ação mais eficaz do governo para trazer novas vacinas. “Além disso, é preciso conscientização. Muita gente está achando que, com a vacina, pode agir como se nada estivesse acontecendo. Se for agir assim, mais gente vai morrer antes de ser imunizado”, afirma.
Alta de mortes
A marca de 250 mil mortes foi atingida em meio a uma nova alta de mortes e à falta de vacinas contra a covid-19.
No Amazonas, o número de pessoas que morreram por covid-19 em 2021 ultrapassou o total de mortes registradas pela doença durante todo o ano passado. De 1º de janeiro até essa 3ª feira (23.fev.2021), foram reportadas 5.288 mortes pela doença. De março a dezembro de 2020, foram registrados 5.285 óbitos.
Em janeiro, a capital do Estado, Manaus enfrentou um colapso no sistema de saúde por causa da falta de oxigênio nos hospitais, que já estavam superlotados com casos de covid-19. Na cidade também foi identificada, em dezembro de 2020, uma nova variante do coronavírus, conhecida como P.1. É considerada uma variante “de preocupação” pela OMS (Organização Mundial de Saúde), pela possibilidade de ser mais transmissível.
O Brasil já registrou 204 casos das variantes mais graves do coronavírus. Até o momento, 17 Estados têm pessoas infectadas com as variantes do Reino Unido (B.1.1.7) e do Brasil (P.1), segundo o Ministério da Saúde.
Falta de vacinas
As cidades de Curitiba, Cuiabá, Salvador, Campo Grande e Fortaleza suspenderam a vacinação contra a doença por falta de doses. Além das 5 capitais, outros municípios também já utilizaram quase todas as vacinas disponíveis e aguardam uma nova remessa do Ministério da Saúde para não ter que parar as campanhas. São eles: Rio de Janeiro, São Luís, Porto Alegre e Florianópolis.
No Rio de Janeiro a vacinação estava interrompida desde o dia 17 de fevereiro por falta de doses. Na 4ª feira (24.fev), a campanha foi retomada para idosos de 80 a 82 anos. No entanto, como afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), em seu perfil no Twitter, as doses são suficientes apenas até sábado (27.fev). Depois, a cidade volta a ficar no aguardo de novas doses.
O Brasil vacinou pelo menos 6.164.610 pessoas com a 1ª dose de imunizantes contra o coronavírus até as 17h05 de 4ª feira (24.fev). Desses, 1.511.742 receberam a 2ª dose. Ao todo, foram 7.676.352 doses administradas no país. Os dados são do CoronavirusBot, que compila dados das secretarias estaduais de saúde.
As vacinas que estão em uso no Brasil são a CoronaVac e a de Oxford/AstraZeneca. O número de vacinados com a 1ª dose no país representa 2,9% da população brasileira. Os vacinados com as duas doses são 0,7%.
Lotação de UTIs
Para conter o avanço do coronavírus e aliviar a lotação recorde de internação hospitalar, o Estado de São Paulo decidiu restringir a circulação de pessoas das 23h às 5h. O anúncio do foi feito na 4ª feira (24.fev) e a medida entra em vigor na 6ª feira (26.fev). Vai durar, inicialmente, até 14 de março. O descumprimento pode ser punido com multa. As aglomerações seguem proibidas em qualquer horário.
Atualmente, há 6.657 pessoas internadas em leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) por covid-19 em São Paulo. Apenas nos últimos 10 dias, foram 660 novas internações.
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