Brasil

Representante de funerárias fala em colapso e desafia Bolsonaro a ser coveiro

Panhozzi também fez críticas à atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia e aproveitou a entrevista para convidá-lo a ser coveiro por um dia.

Por Catraca Livre 12/03/2021 21h09
Representante de funerárias fala em colapso e desafia Bolsonaro a ser coveiro
Bolsonaro em cerimônia de vacinas - Foto: Reprodução/Web

O presidente da Abradif (Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário), Lourival Panhozzi, afirmou ontem, 11, que o Brasil vive à beira de um colapso devido ao descontrole no número de mortes por causa da covid-19. Ele também convidou o presidente Jair Bolsonaro(sem partido) para ser coveiro “só por um dia para para ter a real noção do que está acontecendo no país”.

Em entrevista à CNN Brasil, Lourival Panhozzi afirmou que empresas do setor já trabalham com o dobro de óbitos registrados em dias normais e que, em 44 anos de trabalho, nunca tinha visto “uma tristeza tão reprimida, tão grande nas famílias”.

“O Brasil tinha, antes, uma média de 100 mil óbitos por mês. Esse número se elevou muito. Antes eram em poucas regiões, agora está disseminado em todo Brasil, mas principalmente no estado de São Paulo. Então, várias empresas estão trabalhando com o dobro de óbitos normais. Em Mogi eu fazia sete óbitos por dia. Ontem fiz 23 em um dia”, afirmou hoje à noite.

Panhozzi também fez críticas à atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia e aproveitou a entrevista para convidá-lo a ser coveiro por um dia.

“O presidente Bolsonaro disse que não é coveiro, né? Convido a ser coveiro para ficar um dia numa funerária. Só um dia, para acompanhar as famílias que estão perdendo parentes, para ter a real noção do que está acontecendo no Brasil. Não estamos sepultando urnas, estamos sepultando pessoas”, desafiou Lourival.

Ontem, o Brasil registrou 2.207 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas e totalizou 273.124 óbitos.

Com isso, a média móvel de mortes no país nos últimos 7 dias chegou a 1.705, novamente um recorde. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de 49%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.