[Vídeo] Após quase ser intubado, arapiraquense relata sofrimento e medo durante internação
Empresário Adriano Dias Silva, 38, relata sofrimento em UTI: "sensação de que seria o próximo [a morrer]"
Um ano após a pandemia chegar a cidade de Arapiraca, o cenário segue sendo de tragédia. Mais de 330 óbitos e uma média de 150 novos casos de Covid-19 são registrados diariamente por aqui.
A dor de ficar entre a vida e a morte só entende quem passa. É o caso do empresário arapiraquense Adriano Dias da Silva, de 38 anos, que teve graves complicações de saúde após contrair o coronavírus e precisou ser internado em um leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Emergência do Agreste.
Tudo começou no dia 27 de dezembro de 2020, quando ele procurou atendimento na Unidade Sentinela de Arapiraca, localizada no bairro Santa Edwiges. Era um domingo e, durante o atendimento, a médica solicitou que eu fizesse uma tomografia.
No dia seguinte ele realizou o exame que constatou um comprometimento de 75% do seu pulmão. "No momento em que a médica disse que eu precisava ser internado, o mundo caiu, porque eu não conseguia imaginar se sairia com vida", disse Adriano.
Na noite do dia 28, o arapiraquense fez um teste de gasometria e perceberam que a oxigenação do sangue estava baixa. Ele precisou ser encaminhado para a UTI.
"Já era ruim no leito normal, quando foi pra dar entrada na UTI eu não pude levar o celular. Fiquei sem contato com a família. Era só eu e a equipe médica", relatou ele.
"Eu passei a virada de ano na UTI e isso me deixou ainda mais emotivo, porque enquanto todos aguardavam a chegada do ano, a minha família estava em desespero. Isso me deixava triste lá", continuou.
Segundo o empresário, cada dia na UTI parecia uma eternidade e ao ver o sofrimento das outras pessoas, a aflição se intensificava.
"Você vê outras pessoas sendo intubadas na sua frente, outras tendo parada cardíaca. A sensação é de que a qualquer momento você é o próximo. É desesperador", disse ele.
Se apegou a Deus
Teve um determinado momento em que a saturação de Adriano ficou muito baixa e ele esteve prestes a ser intubado. Desesperado com a possibilidade, o arapiraquense se apegou ainda mais a Deus.
"Eu pedi a Deus para que, se fosse da vontade Dele, eu ganhasse uma nova oportunidade. Me apegar a Ele naquele momento foi fundamental porque ele tranquilizou meu coração e meu quadro de saúde começou a evoluir", continuou.
Equipe médica ajudou bastante
Para Adriano Dais, o trabalho humanizado de toda a equipe médica foi essencial para que seu quadro de saúde melhorasse.
"Sempre que eu estava pra baixo, todos os profissionais de saúde ajudavam de alguma forma, sejam médicos, enfermeiros, técnicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos. Agradeço demais a todos porque não é fácil estar ali, sozinho", disse Adriano, bastante emocionado.
Alta médica e sequelas
Dezessete dias após dar entrada no Hospital de Emergência do Agreste, Adriano recebeu alta e foi recebido por familiares e amigos. Muita emoção marcou este momento. Confira:
De acordo com o arapiraquense, devido o grau de comprometimento dos seus pulmões, ele segue fazendo tratamento para minimizar as sequelas.
"Ainda sinto muito cansaço e fraquezas e meus rins não estão funcionando tão bem devido a grande quantidade de medicamentos que tomamos durante a internação. Atualmente eu também faço acompanhamento com um pneumologista e por uma fisioterapeuta.