Brasil

Funcionários da LG recusam proposta de indenização e iniciam greve na fábrica em Taubaté

Na última semana, empresa sul-coreana anunciou fim da produção na fábrica no interior de São Paulo, o que pode impactar na demissão de cerca de 700 trabalhadores

Por G1 Vale do Paraíba e Região 12/04/2021 09h09 - Atualizado em 12/04/2021 09h09
Funcionários da LG recusam proposta de indenização e iniciam greve na fábrica em Taubaté
Funcionários votam proposta de indenização da LG em Taubaté - Foto: Pedro Melo/TV Vanguarda

Funcionários recusaram proposta de indenização oferecida pela LG e iniciaram uma greve na fábrica de Taubaté (SP). Na última semana, a empresa anunciou o fim da produção na cidade, com o fechamento da divisão de celulares e a transferência do setor de monitores e notebooks para Manaus

O fim da produção da sul-coreana em Taubaté deve afetar cerca de 700 dos 1 mil trabalhadores da unidade. A LG deve manter apenas os setores de call center e assistência técnica na cidade.

A votação aconteceu na porta da fábrica na manhã desta segunda-feira e a proposta da LG para indenizar os trabalhadores que serão demitidos foi recusada. Na assembleia, os trabalhadores também aprovaram uma greve por tempo indeterminado.

A proposta de indenização social apresentada varia de R$ 8 mil a R$ 35,8 mil, conforme tempo de trabalho na empresa. Pela proposta, os trabalhadores demitidos também teriam plano médico até janeiro de 2022 e PLR.

Proposta de indenização social:


-Admitidos a partir de 01/01/2020: R$ 8.000,00
-02 a 07 anos completos: R$19.353,00
-08 a 13 anos completos: R$ 30.000,00
-14 a 18 anos completos : R$ 32.901,00
-Acima de 19 anos completos: R$ 35.804,00

A empresa foi procurada para comentar sobre o assunto, mas não retornou até a última atualização da reportagem.

Fim da produção em Taubaté

A LG anunciou o encerramento global da produção de celulares e a transferência da linha de monitores e notebooks para a fábrica de Manaus (AM), onde já produz aparelhos de ar-condicionado, geladeiras e outros eletrodomésticos da chamada linha branca.

A decisão de encerrar a produção em Taubaté está ligada principalmente na saída da sul-coreana do mercado de celulares. A fábrica no interior de São Paulo era a única da companhia no país voltada para a produção de smartphones.

Com a queda na produtividade da planta, a empresa decidiu pela transferência do setor de monitores e notebooks para outra unidade.

A decisão de deixar o mercado de celulares ocorreu após sucessivas perdas no setor. Desde o início do ano, a empresa falava sobre a possibilidade, chegando a comentar com a imprensa na Coreia sobre a intenção de vender o nicho para outra empresa. Apesar disso, as tentativas de negociação não tiveram sucesso.

Cadeia produtiva

A medida não impacta apenas a LG, mas as empresas terceirizadas. Ao todo, três empresas fornecem insumos e montagem de celulares para a sul-coreana, duas delas em Caçapava e outra em São José dos Campos.

De acordo com o sindicato, após o anúncio as empresas informaram também o fechamento, porque a maior parte da demanda de produção seria da LG. Com isso, cerca de 430 trabalhadores devem ser demitidos, a maior parte mulheres.

A entidade marcou também para esta segunda-feira (12) um protesto em frente a fábrica pedindo que a empresa abra negociação também para minimizar os impactos para os funcionários terceirizados.